Google
 

Friday, December 29, 2006

Pequeno comentário sobre meu ano de 2006

Parece piada ou brincadeira, porém não é. O ano acabou de novo. Talvez ainda mais rápido que o ano passado. Tudo muito rápido, acelerado, impaciente. Parece até que Deus está com pressa.

O ano de 2006 para mim foi muito bom. Posso dividí-lo em antes e depois da minha viagem à Asia. Não que minha vida tenha mudado significativamente depois que cheguei da Asia, mas que os dois semestres do ano foram bem diferentes e com alvos e dificuldades também diferentes. Antes, ou seja, no primeiro semestre, eu tive que me empenhar no processo de aplicação e seleção para a viagem missionária. Também tive que buscar levantar a grana necessária. Contudo, o dinheiro não foi levantado completamente até eu voltar da viagem. Em relação às minhas aulas, eu diria que foram boas. Não foi tão difícil completar o semestre com notas boas.

Por conta de que os preparativos para a viagem foram tranquilos, o dinheiro não era um “big deal,” pois eu tinha a liberdade para continuar juntando quando voltasse, e mesmo assim teria dinheiro para levar comigo. Também por conta de que as aulas não me deram tanto trabalho, ou seja, consegui terminar tudo sem o medo de ter tomado apenas notas ruins, eu diria que o primeiro semestre foi tranquilo, calmo, mesmo com pequenos contratempos.

A segunda parte do ano, porém, foi o oposto da primeira. Minhas aulas, me deram muito trabalho, literalmente. Tive que escrever muitos trabalhos, um pouco acima da média que estou acostumando. No meio deste processo de ter que estudar e claro, trabalhar, eu resolvi fazer uma viagem com um duplo propósito. Resolvi estudar no Brasil e fazer um “estágio” em uma igreja lá também. O problema foi que para cada uma dessas atividades, eu teria que aplicar e preparar todo o plano e material em dois departamentos totalmente diferentes daqui da Baylor. O programa de “study abroad” me deu a oportunidade de estudar na UFMG e o programa de “mentoring” me levou a contactar a Igreja Batista do Barro Preto para “estagiar” lá. Para cada um desses programas eu tive uma série de papéis para preencher, uma quantidade enorme de emails para enviar e receber. Além de um plano de estudo, conversa com professores e o mais difícil até agora, levantar uma quantia suficiente para que eu possa me sustentar no Brasil durante um semestre apenas estudando. Tudo isso somado a um dos mais difíceis semestres em termos acadêmicos, fizeram do segundo semestre de 2006 uma grande dor de cabeça para mim.

E para completar com chave de ouro, tem também o episódio das passagens aéreas que foram compradas, porém depois tiveram que ser mudadas as datas. Esse fato também contribuiu para o grande pesadelo do segundo semestre de 2006, pois me consumiu grande energia para conseguir ajustar datas e vôos e classes, tudo do jeito que eu queria (e podia).

Ainda tem algumas pendências de 2006 que irão ser transferidas para 2007, como por exemplo a questão do dinheiro. Contudo, como disse acima, Deus está com pressa e o tempo está passando a 100 por hora. Para situações como a minha, neste segundo semestre de 2006, quanto mais rápido o tempo passar melhor. E de fato, quando olho para trás, não acredito que fiz tanta coisa em apenas 4 meses.

O importante agora é agradecer a Deus por tudo. Pelas lutas, dificuldades, oportunidades, condições para fazer o que fiz, faço e farei.

Quero que fique bem claro que não estou reclamando a Deus pela vida que tenho e que levo. Sei que sou um privilegiado e que muitos gostariam de estar na minha situação. Estou apenas usando o meu blog para escrever de forma resumida a minha percepção dos dois semestres do ano de 2006.

Me alegro também pelo fato de que vou passar o primeiro semestre de 2007 no Brasil. Apenas queria que durante este tempo, Deus tirasse o pé do acelerador um pouquinho e o tempo não passasse tão rápido.

Rodrigo Serrao

Tuesday, December 19, 2006

País apodrecido, igreja insípida

Um texto de Robinson Cavalcanti

Metade dos escândalos que explodiram no Brasil teriam provocado revoluções em qualquer outra parte do mundo. Apesar do sensacionalismo da imprensa, dos gritos hipócritas das oposições e da “cara de pau” das situações, a rotina nacional não sofreu alteração. As opções eleitorais foram na direção do “rouba, mas faz”. Afinal, ética nunca foi o forte da Terra de Santa Cruz, desde o seu “descobrimento”. Ninguém está chateado com a desonestidade dos de cima; o aborrecimento é por não se estar lá também.

Vianna Moog, no capítulo “Ética e Economia”, de seu clássico Bandeirantes e Pioneiros, mostra que fomos um país sem mecanismos sociais de controle, sem sacerdotes e sem sogras. A primeira missa foi celebrada, e, depois, houve duzentos anos de escassos sacerdotes e deficiente catequese, com uma fé mística, mágica e folclórica. Os varões que deixaram em Portugal as antigas famílias (sogras, inclusive) se uniam, assimétrica e pluralmente, com as ameríndias e as africanas, de paternidade ausente, nas entradas e bandeiras. A motivação colonizadora era o enriquecimento rápido, com o mínimo de trabalho e por quaisquer meios, pois “além do Equador não há pecado”. Os benesses reais, a nobreza cartorial, as heranças e as botijas substituiriam o trabalho orgânico.

O Estado surgiu antes da nação e impôs os governantes e as leis, com os quais o povo não se identificava nem aos quais se sentia obrigado a obedecer, antes a burlar. Imperavam o escravismo, a servidão, o capitalismo selvagem, a educação ornamental e beletrista, o poder, a propriedade, a renda e o saber concentradíssimos. E hoje queremos, como resultado, um país justo, pacífico e honesto?

No país do pistolão, do nepotismo e do compadrio, as palavras de ordem são: “Para os parentes e os amigos, tudo; para os inimigos, a lei” e “Você sabe com quem está falando?”. A “lei” é o levar vantagem em tudo. No lugar de “Ordem e Progresso”, já se afirmou, deveríamos ter no centro da nossa bandeira: “Sombra e água fresca”, ou: “Trabalho honesto é como o crime: não compensa”. Um ilustre membro do Poder Judiciário no Nordeste, quando questionado por uma jornalista sobre o excesso de parentes lotado em seu gabinete, saiu-se com esta pérola: “Minha filha, quando Deus quis salvar o mundo, por acaso mandou um estranho ou um conhecido? Ele mandou o filho dele”.

Nas campanhas presidenciais de 1989 e 1994, rodando por este Brasil, ouvi a raiva e a frustração do povão contra essa idéia de “justiça social”. A natureza das coisas é uma sociedade de privilégios, desde que se esteja no andar de cima. Algo contrário seria frustrar sonhos, como o de um dia ganhar na loteria ou no jogo do bicho. Filho de vereador da UDN, convivi com o lacerdismo. Moralismo por aqui empolga classe média. Os de cima e os de baixo, em suas respectivas alienações, “não estão nem aí”. O “homem cordial” ou o “cabra macho”, lúdicos, eróticos e espertos, estão mais para a ideologia “futebol, cachaça e mulher”. O resto é retórica, imposição de gringos ou fanatismo, pois, “ninguém é de ferro”. Sem chances, emigra-se para — suprema ironia e humilhação — fazer faxina.

O protestantismo de imigração, de alemães, suíços, ingleses, fechado em si, teve escasso impacto na cultura nacional. O protestantismo de missão aportou com a crença em um “destino manifesto” de trazer uma fé superior, o progresso e a democracia. A luta pela Abolição e pela República, pelo Estado laico, pela instrução universal, mista, profissionalizante, com educação física e esportes, o ensino do valor do trabalho, da sobriedade, da poupança, a valorização da família, o envolvimento em movimentos sociais, como o sindicalismo, fazem parte de um rico legado hoje esquecido e rejeitado. A Guerra Fria, a Ditadura Militar, o neo-fundamentalismo nos empurraram a heresia “crente não se mete em política”, nos anos 70.

O pentecostalismo que nos chegou não foi o da ala negra da rua Azuza, com sua visão social, mas o da ala branca, com seu isolacionismo, sua ascese extra-mundana e sua escatologia pré-milenista pessimista. Com o passar do tempo, permaneceu apenas o conceito de pecado individual e de uma ética individual da santidade negativa (não fazer o mal) — e não da santidade positiva (fazer o bem) — legalista, moralista, sem os conceitos de pecado social e pecado estrutural, e ética social. A teologia da libertação, racionalista, enfatizaria esses últimos às custas dos primeiros, e, por fim, a teologia liberal pós-moderna, relativista, e amoral, negaria ambos. A “batalha espiritual” reforçaria a alienação e a teologia da prosperidade seria a face religiosa do neoliberalismo capitalista. O neo-pós-pseudo-pentecostalismo não prega conversão e santidade, mas neo-indulgências e sessões de descarrego. Do novo nascimento ao sabonete de arruda tem sido um longo caminho, por onde passam os sócios “evangélicos” dos escândalos da República. Uma igreja insípida não salga nem salva um país enfermo.

Falhou o evangelicalismo? Não. Falta-nos evangelicalismo!

Friday, November 17, 2006

Cyril of Alexandria - A study of his third letter to Nestorius

St. Cyril of Alexandria
A study of his third letter to Nestorius

1) Introduction
Cyril’s early years are little known. His birth place and date are usually placed in Theodosios,[1]Egypt around 378. Due to the quality of his writings, he probably received both a good rhetorical education and an intensive education in selected church Fathers (prior patristic tradition) and in the Scriptures.[2] According to McGuckin, Cyril’s written style had an abundance of rare forms and stylizations typically Alexandrian. He was criticized by Nestorius, who considered him stuffy and difficult to read.[3]
Cyril’s maternal uncle Theophilus was Archbishop of Alexandria. In 403, Cyril was ordained Lector of the church of Alexandria by his uncle. In that same year, Cyril and his uncle attended the Synod of Oak, which deposed John Chrysostom. Cyril never doubted Chrysostom’s deposition. However, as his policies shifted from Theophilus to his own, he gradually accepted John’s eventual rehabilitation.[4]
In 412, Cyril becomes the Archbishop of Alexandria, substituting his uncle Theophilus at the age of thirty four. However, it was not a peaceful succession. The Byzantine administration had its own candidate to the throne of St Mark, the archdeacon Timothy. But Cyril, after several days of violence and fighting between his own faction and supporters of Timothy, was installed as the Archbishop of Alexandria despite the opposition of the secular arm.[5]
Once in power, Cyril extended his power beyond the traditional ecclesiastical functions into the area of secular administration.[6] For Susan Wessel, “Cyril’s failure to recognize the boundaries of his bishopric constituted an abuse of Episcopal power that readily explained his most recalcitrant acts.”[7]
Cyril is accused of several controversies during the first years of his reign. Among these controversies are: the closing down of the Novatian churches and deposing their bishops; the fighting against the Jewish community in Alexandria, temporarily expelling them from the city by force after they had mocked some Christians and the Cross;[8] and finally, his implication (indirectly) in the murder of the renowned pagan and neo-Platonist philosopher Hypatia.
Cyril wrote extensive biblical commentaries, a number of dogmatic treatises against the Arians, and his annual festal letters, from the time of the early controversies in 412-415 until the beginning of the Nestorian controversy in 428-429.[9]

2) The Christological Controversy
Two cities represented (Antioch and Alexandria), two bishops involved (Cyril and Nestorius) and a long period of political disputation and theological differences, marked the Christological controversy.
The disagreement began when Nestorius attempted to mediate a theological dispute among certain persons residing in Constantinople, more specifically, between the monastic party (theotokos defenders) and his own chaplain Anastasius (anthropotokos defender), by stating that “Theotokos (Mother of God) did not do justice to the fact that, strictly speaking, Mary was not the mother of God but rather the mother of the man whom Christian faith recognizes as divine and thus calls God. On the other hand, the term Anthropotokos (Mother of the Man) acknowledges that Mary is the mother of this man but can itself be taken to suggest that he is merely a man, which again is offensive to orthodox Christian faith in the deity of Christ.”[10] Actually, what Nestorius was trying to prove was that both Theotokos and Anthropotokos, strictly speaking, would lead one to heretical views about Jesus. He then suggests that the solution would be in the adoption of the biblical notion of Mary as the Christ-mother (Christotokos). For him, to describe Mary as Christ-mother was entirely accurate and capable of no heretical misinterpretation.[11]
When Cyril knew about these statements, he stated that the designation Theotokos was in fact appropriate for the virgin. According to González, “Nestorius’ position denied the Alexandrine principle of the unity of the Savior and was an occasion to reaffirm the authority of the Alexandrine see over that of Constantinople.”[12] Olson is very clear when he affirms that besides the battle for the true doctrine of Jesus Christ, Cyril and Nestorius “were probably equally guilty of mixing that purely theological motive with impure political motives.”[13] Nestorius wanted to “clean” Constantinople of any influence from Alexandria. Cyril, on the other hand, wanted “to vindicate Alexandrian theology by delivering a body blow to Antiochene prestige equal to the blow to his own city’s reputation delivered by Appolinarius’ condemnation.”[14]
The whole discussion about the Virgin Mary turned into a Christological dispute. Nestorius rejected any interpretation that claims that the union of divinity and humanity in Christ is hypostatic. For him, this concept of the hypostatic union of two natures would eventually form a third one – a type of hybrid between the two. Nestorius uses the term “prosopon” meaning “function” and “human individual.” So, for him, “in Jesus Christ, God has united the divine prosopon to a human nature – but this in no way destroys the two natural prosopa, which correspond to each of the two “complete natures” or hypostases which are united in Christ.”[15] For Olson, “Jesus Christ was a conjunction of divine nature-person and human nature-person: eternal divine Logos and human person Jesus in intimate union.”[16] Putting it in a simple form, what Nestorius believed is that the incarnation is as a union of wills – the will of God the Son and the will of the human being, Jesus.[17]
On the other hand, Cyril’s Christology affirms the union of the divine and human natures of Jesus hypostatically.[18] He understood this concept from the Appollinarian formula (ambiguity of Cyril’s thought[19]) “one nature of God the Word incarnate.”[20] Emphasizing Jesus’ one nature doesn’t mean that he never used the concept of two natures. He did, but for him, these two natures cannot be separated. Cyril rejected the idea of conjunction elaborated by Nestorius as a type of adoptionism.
These competing world-views clashed for the first time in an ecumenical setting at the Council of Ephesus where, on 22 June 431, with Cyril of Alexandria and Memnon, bishop of Ephesus, in the seats of authority, a council of bishops deposed and excommunicated Nestorius, bishop of Constantinople, and condemned his doctrine as heresy.[21]
But not until 433, with concessions from both sides and Cyril’s “Formula of Reunion,[22]” did these two cities find ecclesiastical peace.

3) Analysis of the text
The Third Letter to Nestorius was delivered on Sunday, 30 November 430, after morning service. The letter can be divided into three distinctive parts: Part 1) chapters one and two contain a brief introduction and the reasons which gave Cyril the impulse to write the letter; Part 2) from chapter three to chapter eleven, Cyril exposes his Christology; Part 3) chapter twelve, Cyril summarizes his thought with the twelve anathemas.

Part 1)
In his introduction, Cyril shows his concern with the proliferation of Nestorius’ Christology which Cyril calls “blasphemies.” He also makes use of the Bible (Matt 10.34, 35, 37; and Heb 11.35) to support his attacks against Nestorius.
Cyril mentions Pope Celestine and the council that met in Rome as a support to his doctrines and as a strong collaborator against Nestorius’ teachings. According to Cyril, “the Holy Synod and at Rome, and all of us here, agree that the letters written to your Reverence by the church of Alexandria were correct and unimpeachable.”[23] As we can see, Cyril attempted to legitimize his doctrines through the influence of the Church of Rome.
Cyril warns Nestorious to dissociate from his distorted and harmful doctrines and embrace the “orthodox” faith. He gives 10 days to Nestorius, from the receipt of the letter, to abandon his heretic doctrines; otherwise, he would not have “place or status among the priests and bishops of God.”[24]
Cyril accuses Nestorius of misunderstanding, misinterpretation, and perversion of the Nicene Creed.

Part 2)
This part constitutes the body of the letter. Cyril starts by quoting the Nicene Creed and exposing his doctrine which he declares sound and orthodox and which Nestorius must follow it. For Cyril, the Word of God is from God and came down for our salvation. From a natural birth, the Word became man “without abandoning what he was but remaining …God, that is, in nature and truth.”[25] Cyril also adds the words “unchangeable” and “immutable,” expressing the ever existent nature of Jesus.
Cyril reaffirms the “hypostatic union” of the Lord. This is a frontal attack to Nestorius Christology, once he rejects any kind of union when regarded to nature. Cyril states that the Word of God was naturally united to flesh, but not changed into it, therefore, “One Christ and Son and Lord, not as though a man simply had a conjunction with God by way of unity of rank or sovereignty – for equality of honor does not unite natures.”[26] Here Cyril shows his antipathy for Nestorius’ concept of the word conjunction. Cyril later says, “in fact we reject the term ‘conjunction’ as being insufficient to signify the union.”[27]
One of the greatest concerns of Cyril was to make Jesus a two person or being type of thing. He says, “Whoever says such things [referring to those who says that worship the visible because of the invisible] again makes a division into two Christs, and posits a man distinctly separate, and a God likewise.”[28]For him, Jesus was one single being with two combined natures. Denying the union of the two natures for Cyril would make man worship flesh along with the divine. At this point, Cyril has in mind the holy sacraments. For him, when we participate in the communion, we become partakers in the holy flesh and precious blood of Christ, not any kind of flesh, nor even “the flesh of a man sanctified and conjoined to the Word in a unity of dignity.” According to Cyril, this flesh is from the “truly lifegiving and [it is] very flesh of the Word himself.”[29]
Cyril, then, compares men’s union of soul and body with Christ’s hypostatic union. His argument is that even though it constitutes different elements, they are considered indivisibly united. Cyril points out passages in which Jesus talks about himself as human (with human limitations), but nonetheless, in cases like this, he is still recognized as God the Word in the likeness of the Father, despite his manhood. For Cyril, this is part of Christ’s self emptying. Thus, Christ’s words were proper of a man, which he was.
However, when Christ is called ‘apostle’ and ‘high priest’, it is the affirmation of His nature as the only Begotten Son of God.
Chapter ten is dedicated to the Holy Spirit and His relationship with the Son. Cyril says that the way in which the Spirit would glorify the Son (Jn. 16.14), can be compared to any person who talks about a special skill as being his/her glory. What Cyril wanted to make clear was the right relationship between Spirit and Son. For him, the Son did not need to receive glory from the Spirit, because the Spirit is neither greater than him nor above him. However, Christ used His own Spirit to manifest His own Godhead. Cyril states, “He himself was believed to be God by nature because he worked personally through his own Spirit.”[30]
In chapter eleven, Cyril enters in the matter of ‘Theotokos,’ by saying that, “the holy virgin gave birth in the flesh to God hypostatically united to flesh, for this reason we say that she is the ‘Mother of God.’ For Cyril, this is the reason that it is not wrong to call Mary “Mother of God.”
The only and true God, coeternal with the Father and maker of all things, substantially united humanity with Himself and was born as any other human being. According to Cyril, the reason that led the Son to do that was to “cease the curse that drives our earthly body to death.”[31]

Part 3)
In chapter twelve, Cyril writes his famous twelve anathemas. The reason and the interpretation of each anathema is explained in his “Explanation of the Twelve Chapters,” written when he was in house-arrest at Ephesus in later summer 431. Two main reasons led to Cyril’s house arrest; first, his ambiguous theology (some antiochenes considered him either apollinarist or monophysitic) and his opening of the Council before the arrival of the Orientals.[32]
Cyril’s anathemas follow the sequence of the Christological controversy and summarize his thoughts. The first anathema is related to the very term Theotokos. For Cyril, if Mary is not the mother of God, then Jesus is not God. The second anathema has to do with Cyril’s coined term hypostatic union. Cyril’s third anathema relates to the nature of the union. For Cyril, the hypostases after the union of the natures led it to one only nature. The fourth is also about natures. In this case, the person would be anathema if the result of the interpretation of the apostolic writings leads him to the separation of the Word’s nature. The fifth anathema involves the concept of “God bearing man” in opposition to “truly God as the one natural son.” The sixth anathematizes those who say that the Word of God the Father is the God of Christ, but do not confess Him as at once man and God. The seventh anathema anathematizes those who consider Jesus as a man as being someone different from the Word of God. The eighth tells that those who worship Jesus as man and Jesus as God in separate ways would be considered anathema. The ninth relates to the relationship between the Holy Spirit and Jesus Christ. The tenth says that all those who consider the acts of Jesus as efficient to save his own humanity (as if his humanity needed salvation) would be considered anathema. The eleventh consider anathema all those who do not recognize Jesus’ full humanity as the flesh of the Word of God the Father. Cyril’s last anathema is a confession of faith that anathematizes all those who do not confess the Word of God’s sufferings, crucifixion and death, even though he is life and life-giving.
4) Relevance for today/questions for discussion
As we know, the official orthodox view of Jesus is neither Cyril’s only nor Nestorius’, but a “kind of compromise between their two views that was carved out after their deaths.”[33] It is very easy for us today to agree with most of our Theology/History books on the condemnation of Nestorius as a heretic. However, there are so many factors involved in this Christological controversy that to accept the final report of the councils, without a personal analysis of all the issues that it raises, would be considered too simplistic.
Today more than ever, we cannot close our eyes to what modern historical scholarship has uncovered about Nestorius’ heresy or orthodoxy. We need find an answer to the question: “Was Nestorius a Nestorian?” In an article published in the journal Church History, called “Modern Interpretations of Nestorius,”[34] Carl E. Braaten challenge theologians not to accept passively what has been written over the years about Nestorius, without digging more deeply into the facts.

“Orthodoxy owes a profound debt of gratitude even to the heretics, and modern christologists are especially grateful to the School of Antioch and Nestorius for having fought successfully the fight for the complete humanity of the biblical Christ. It anticipated the final death blow to every kind of docetism and all traces monophysitism which only in our century has become virtually complete.”[35]

In light of the above:

What are the implications of a bad Christology? How important it is for one’s salvation?

Is the term “Theotokos” sound in its all implications? Does the concept of “Theotokos” lead to Mariolatry or any other kind of idolatry?

For each Council studied so far, there was a political agenda behind it. It was not different in Ephesus. How credible are the decisions made in those councils?

What is the legacy of the Christology of the fifth century?
[1] Greek sources later tended to locate his birth in Alexandria. (McGuckin, p.2)
[2] Daniel A. Keating, The Appropiation of Divine Life in Cyril of Alexandria (Oxford University Press, New York), p. 2.
[3] John A. McGuckin, St. Cyril of Alexandria The Christological Controversy (E.J. Brill, Leiden, New York, 1994), p. 4.
[4] Ibid. 5-6.
[5] Lionel R. Wickham, Cyril of Alexandria Selected Letters (Oxford University Press, New York, 1983), p. xiv.
[6] Susan Wessel, Cyril of Alexandria and the Nestorian Controversy The Making of a Saint and of a Heretic (Oxford University Press, New York, 2004), p. 16.
[7] Ibid.
[8] As their drunken escalated, the Syrian Jews purportedly seized a Christian boy, bounded him to a cross and scourged him to death. (Wessel, p. 33)
[9] Keating, p. 4.
[10] John A. McGuckin, St. Cyril of Alexandria The Christological Controversy (E.J. Brill, Leiden, New York, 1994), p.28.
[11] Ibid.
[12] Justo González, A History of Christian Thought (Abingdon Press, Nashville, 1970), p. 354.
[13] Roger Olson, The Story of Christian Theology (Inter Varsity Press, Illinois), p.214.
[14] Ibid.
[15] González, p. 361.
[16] Olson, p. 216.
[17] Lionel R. Wickham, Cyril of Alexandria Selected Letters (Oxford University Press, New York, 1983), p. xxxiii.
[18] the union of two different realities (divinity and humanity) by standing as the sole personal subject of both. (McGuckin, p. 142)
[19] Ibid. p.218.
[20] Gozález, p. 365.
[21] Susan Wessel, Cyril of Alexandria and the Nestorian Controversy The Making of a Saint and of a Heretic (Oxford University Press, New York, 2004), p. 4.
[22] The two natures are only distinct in thought and not in reality. (Olson, p.221)
[23] Third Letter to Nestorius, ch 2.
[24] Lionel R. Wickham, Cyril of Alexandria Selected Letters (Oxford University Press, New York, 1983), p 15.
[25] Third letter to Nestorius, ch. 3.
[26] Ibid. ch. 5.
[27] Ibid.
[28] Ibid. ch. 6.
[29] Ibid, ch. 7.
[30] Third letter to Nestorius, ch. 10.
[31] Ibid. ch. 11.
[32] John A. McGuckin, St. Cyril of Alexandria The Christological Controversy (E.J. Brill, Leiden, New York, 1994), p. 282.
[33] Roger Olson, The Story of Christian Theology (Inter Varsity Press, Illinois), p. 215.
[34] Carl E. Braaten, Modern Interpretations of Nestorius, Church History, Vol. 32, No.3. (Sept., 1963), pp. 251-257.
[35] Ibid.
Note: Copy of this material is allowed and free, since the source is cited / A reprodução dos textos é permitida e gratuita, desde que citada a fonte.
Rodrigo Serrao

Wednesday, October 11, 2006

Hebrews and Anti-Judaism

Before I move to what scholars have said about the topic of this paper, I would like to express my thoughts on the subject. First of all, it would be irrational to deny the anti Semitism feelings among Christians throughout history (by anti-Semitism I mean racial prejudice toward Jewish people). Not that these feelings were influenced by the book of Hebrews, but perhaps it emerges from the Gospels, especially on the passage known as “the passion.”

It is totally understandable the anti Judaism feeling (by anti-Judaism I mean Judaism as an obsolete religion), once we as Christians, consider our faith as an upgrade of the old covenant. But, given to the fact that we are meant to follow the teachings of Jesus (a Jew), we should not accept any prejudice among those who confess that Jesus Christ is Lord.

What makes Hebrew a book difficult to understand fully is the lack of a known authorship and its immediate audience. With these two elements figured out, it would be easier to give a better answer to the question of anti Judaism.

Some of those who advocate that there is anti Judaism in Hebrews quote passages that emphasize the superiority of Jesus. This superiority is reflected in different aspects such as, Jesus superior to angels, to Moses, to the high priest as well as, Jesus sacrifice as perfect and once and for all. Passages like these are tightly held by those who see in Hebrews a criticism toward the Judaic community, and see Christianity as a better religion. On the other hand, there is no comment on Hebrews 11, which gives a list of almost all great Old Testament leaders, praising them for their faith and for their courage. They are now the “cloud of witnesses” that watch the people of God running toward the goal, in the race marked for us.[1]

In order to clarify the concept of the word “anti-Judaism,” Clark Williamson explains what the meaning of “Anti-Judaism” is. Anti-Judaism has two different forms. The first considered that the Jewish covenant was replaced by a better covenant and that Jews should enter in this new covenant and renounce their old one. The second has a double claim: one is that Jews committed several crimes, terminating in the crucifixion of Jesus. The other is that Judaism is an inferior religion.[2] He concludes saying that none of these forms of anti Judaism is present in the book of Hebrews.[3]

According to Tim Perry, there is a tension between Jews and Christians, due to the life of Jesus being a Jew and the type of Judaism He lived. He says, “Jesus was a first-century Jew to be sure, but he also represented a radical departure from what had come before.”[4] For Perry, there was something about Jesus that was unique, and therefore, to reduce him to first-century Judaism is to deny Christian identity.[5]

Many aspects of the Christian faith require the understanding and affirmation of Jesus’ superiority over Old Testament figure and system. Perry states that “Christianity is, and remains, ‘Christian’ only in so far as it sees itself in discontinuity with Judaism.”[6] The discontinuity has to be affirmed (without putting down Jewish religion), even having Jesus as being a Jew.

Clark M. Williamson analyzing Perry’s essay concludes that Perry’s point is that Hebrews is not anti-Jewish but instead, it is an effort to persuade Jewish schools about how to interpret Torah in particular and the Hebrew bible in general.[7]

Freudmann is one of those who holds the position that Hebrews is anti-Judaism. For Freudmann, Jer. 31:30-34 interprets the new covenant, condemning the old one as obsolete.[8] Another advocate of Anti-Judaism in Hebrews is Samuel Sandmel. Sandmel says that Hebrews “is an exposition of the conviction that Christianity is the ideal religion, the realization of the Platonic ‘ideal.’”[9]

My hope is that God himself bring all those to Him through Jesus Christ. In this case, God’s sovereignty will play a major role in showing that the religious systems is not what he wants us to hold on. Jesus is the door for salvation for the Jew and for the Gentile. As Perry says, “just as we share a messianic hope with our Jewish brothers and sisters, Christians hope for the dawning of the Day when the tension will be resolved and Jews and Gentiles both will finally be gathered together as the one People of God.”[10]

[1] My thought on this subject is limited and is summarized up to this point.
[2] Clark M. Williamson, “Anti-Judaism in Hebrews?” Interpretation, 277.
[3] Ibid.
[4] Tim Perry, “The Historical Jesus, Anti-Judaism, and the Christology of Hebrews: A Theological Reflection.” (Spring 1999), 77.
[5] Ibid.
[6] Ibid.
[7] Clark M. Williamson, “Anti-Judaism in Hebrews?” Interpretation, 271.
[8] Williamson citing L.C. Freudmann in “Anti-Judaism in Hebrews?” 267.
[9] Williamson citing Samuel Sandmel in “Anti-Judaism in Hebrews?” 267.
[10] Tim Perry, “The Historical Jesus, Anti-Judaism, and the Christology of Hebrews: A Theological Reflection.” (Spring 1999), 77-78.

Note: Copy of this material is allowed and free, since the source is cited / A reprodução dos textos é permitida e gratuita, desde que citada a fonte.

Rodrigo Serrao

Saturday, October 07, 2006

Atravessado na garganta

Hoje me bateu aquela saudade do Brasil. Comecei a ver clipes no YouTube. Vi vários. Dos clássicos do Legião Urbana, aos mais recentes do Marcelo D2. Ao ver todo o talento musical brasileiro, ver toda a beleza do povo, um orgulho me bateu o coração. Revivi os meus bons tempos de adolescência. Uma vontade de mostrar ao povo americano a nossa cultura, a nossa música, a batida e o swingue da nossa música. O nosso rap é muito melhor do que o deles, a letra das nossas músicas são bem mais poéticas do que as deles.

Infelizmente, a saudade foi interrompida pela minha mania de racionalizar tudo. Logo, me veio a mente a corrupção, a violência, a miséria, e a maldição do “jeitinho brasileiro.” Pensar nestas coisas faz brochar qualquer um. Não tem saudades que aguente a essa pressão.

Outro dia eu li em uma propaganda das linhas aéreas Gol, que o Chile era o País mais desenvolvido da América do Sul. Não que eu não soubesse, mas ler isto é deprimente. Não que o Chile não mereça. Pelo contrário, o Chile é lindo e o governo está fazendo um bom trabalho. Porém, como brasileiro, a idéia de que o maior País da América Latina não é o mais desenvolvido, não me desce fácil.

Como eu queria ver os governantes do Brasil trabalhando para o bem comum. Como eu gostaria de ver uma justa distribuição de renda. Como eu gostaria de ver a pobreza ser erradicada da nação. Como eu gostaria de ver justiça. Como eu gostaria de ver políticos, juízes, policiais, etc...corruptos na cadeia. Como eu gostaria de ver investimentos na educação do povo, na saúde, nas estradas.

Não que a América seja perfeita. De forma alguma. Existem problemas sociais aqui que são vergonhosos, mas por outro lado, existe um esforço para que se desenvolva um bem comum. Existem investimentos em educação, estradas, comércio, etc. Acho que o mais importante, se investe em seres humanos. Estou aqui a quase três anos, tenho um Bacharel e estou fazendo Mestrado, e em ambas as escolas, eu obtive ajuda financeira e bolsa. O dinheiro é investido em pessoas (de qualquer nacionalidade) que levem a sério aquilo que tem como meta de vida.

Voltando ao problema do Brasil, eu percebo que o nosso problema não é a falta de dinheiro, mas o desvio e a má aplicação dele. Existe um câncer que está consumindo as reservas financeiras do Brasil. Existe uma cultura que favorece a roubalheira. Existe uma má vontade generalizada. Existe uma mídia que trata o povo como idiotas. Existe uma classe de gente medíocre, que promove o pensamento medíocre e que se conformou com esta situação vergonhosa.

Hoje me senti mal na sala de aula. O professor estava fazendo uma comparação entre um homem americano, branco dos EUA e um brasileiro pobre, que precisava lutar pela comida diária, e que cresceu na rua. O ponto dele não era falar mal do Brasil ou de qualquer outro País do mundo, mas sim de comparar paradigmas. Eu o interrompi e disse que eu era brasileiro (o que ele já sabia), e que nunca havia passado necessidades físicas e sempre tive comida na mesa (graças a Deus). Ele se desculpou e disse que não quis generalizar com o comentário dele.

Pior que o professor não tem culpa. A imagem do Brasil aqui é vergonhosa. Se não for da violência, é da pobreza. Se não for da pobreza, é da corrupção, se não for da corrupção é da prostituição infantil, carnaval e por fim, futebol (não necessáriamente nesta mesma ordem).

Como eu queria ter orgulho do meu País. E o pior é que aqueles que nunca sairam de lá, pensam que vivem no melhor País do mundo. Agora não se orgulhar do Brasil não implica em dizer que eu não o amo. Amo sim, mas devido a situação em que se encontra, não me orgulho. E mais, tenho medo de voltar a morar lá. Medo da situação econômica e da violência. Fora o desrespeito com que um professor é tratado nas universidades sucateadas da nação.

Não é fácil escrever este desabafo. Estou triste por relembrar de tudo o que escrevi acima. E ainda mais triste em ver que os dois candidatos que concorrem à presidência da República já mostraram que são incapazes de mudar o cenário atual.

Quando eu olho para países como Japão e Alemanha, que há pouco mais de 50 anos estavam totalmente devastados pela guerra e que hoje são super potências mundiais eu vejo que só Deus para mudar o Brasil. Temos mais de 500 anos de história e a nossa situação sempre foi a velha promessa de que o Brasil é o País do futuro. Que futuro? O futuro que eles falam já passou.

Deixo aqui postado a minha indignação. Ainda teria muito o que falar, mas acho que já tem o suficiente. Todavia, anseio pelo dia em que minha saudade pelo Brasil não seja atrapalhada pela minha mania de racionalizar, pois, ainda que racionalizasse não encontraria motivos para me envergonhar.

Que Deus abençoe o Brasil

Rodrigo Serrão

Wednesday, October 04, 2006

Muhammad's Sword - Article written by Uri Avnery

I’ve got astonished after the reading of this article. And as far as my knowledge knows, the historical facts written in it are accurate.

Rodrigo Serrao

____________________________
Muhammad's Sword
by Uri Avnery; Gush Shalom; September 25, 2006

Since the days when Roman Emperors threw Christians to the lions, the relations between the emperors and the heads of the church have undergone many changes.

Constantine the Great, who became Emperor in the year 306 - exactly 1700 years ago - encouraged the practice of Christianity in the empire, which included Palestine. Centuries later, the church split into an Eastern (Orthodox) and a Western (Catholic) part. In the West, the Bishop of Rome, who acquired the title of Pope, demanded that the Emperor accept his superiority.

The struggle between the Emperors and the Popes played a central role in European history and divided the peoples. It knew ups and downs. Some Emperors dismissed or expelled a Pope, some Popes dismissed or excommunicated an Emperor. One of the Emperors, Henry IV, "walked to Canossa", standing for three days barefoot in the snow in front of the Pope's castle, until the Pope deigned to annul his excommunication.

But there were times when Emperors and Popes lived in peace with each other. We are witnessing such a period today. Between the present Pope, Benedict XVI, and the present Emperor, George Bush II, there exists a wonderful harmony. Last week's speech by the Pope, which aroused a world-wide storm, went well with Bush's crusade against "Islamofascism", in the context of the "Clash of Civilizations".

In his lecture at a German university, the 265th Pope described what he sees as a huge difference between Christianity and Islam: while Christianity is based on reason, Islam denies it. While Christians see the logic of God's actions, Muslims deny that there is any such logic in the actions of Allah.

As a Jewish atheist, I do not intend to enter the fray of this debate. It is much beyond my humble abilities to understand the logic of the Pope. But I cannot overlook one passage, which concerns me too, as an Israeli living near the fault-line of this "war of civilizations".

In order to prove the lack of reason in Islam, the Pope asserts that the prophet Muhammad ordered his followers to spread their religion by the sword. According to the Pope, that is unreasonable, because faith is born of the soul, not of the body. How can the sword influence the soul?

To support his case, the Pope quoted - of all people - a Byzantine Emperor, who belonged, of course, to the competing Eastern Church. At the end of the 14th century, the Emperor Manuel II Palaeologus told of a debate he had - or so he said (its occurrence is in doubt) - with an unnamed Persian Muslim scholar. In the heat of the argument, the Emperor (according to himself) flung the following words at his adversary:

"Show me just what Mohammed brought that was new, and there you will find things only evil and inhuman, such as his command to spread by the sword the faith he preached".

These words give rise to three questions: (a) Why did the Emperor say them? (b) Are they true? (c) Why did the present Pope quote them?

WHEN MANUEL II wrote his treatise, he was the head of a dying empire. He assumed power in 1391, when only a few provinces of the once illustrious empire remained. These, too, were already under Turkish threat.

At that point in time, the Ottoman Turks had reached the banks of the Danube. They had conquered Bulgaria and the north of Greece, and had twice defeated relieving armies sent by Europe to save the Eastern Empire. On May 29, 1453, only a few years after Manuel's death, his capital, Constantinople (the present Istanbul) fell to the Turks, putting an end to the Empire that had lasted for more than a thousand years.

During his reign, Manuel made the rounds of the capitals of Europe in an attempt to drum up support. He promised to reunite the church. There is no doubt that he wrote his religious treatise in order to incite the Christian countries against the Turks and convince them to start a new crusade. The aim was practical, theology was serving politics.

In this sense, the quote serves exactly the requirements of the present Emperor, George Bush II. He, too, wants to unite the Christian world against the mainly Muslim "Axis of Evil". Moreover, the Turks are again knocking on the doors of Europe, this time peacefully. It is well known that the Pope supports the forces that object to the entry of Turkey into the European Union.

IS THERE any truth in Manuel's argument?

The pope himself threw in a word of caution. As a serious and renowned theologian, he could not afford to falsify written texts. Therefore, he admitted that the Qur'an specifically forbade the spreading of the faith by force. He quoted the second Sura, verse 256 (strangely fallible, for a pope, he meant verse 257) which says: "There must be no coercion in matters of faith".

How can one ignore such an unequivocal statement? The Pope simply argues that this commandment was laid down by the prophet when he was at the beginning of his career, still weak and powerless, but that later on he ordered the use of the sword in the service of the faith. Such an order does not exist in the Qur'an. True, Muhammad called for the use of the sword in his war against opposing tribes - Christian, Jewish and others - in Arabia, when he was building his state. But that was a political act, not a religious one; basically a fight for territory, not for the spreading of the faith.

Jesus said: "You will recognize them by their fruits." The treatment of other religions by Islam must be judged by a simple test: How did the Muslim rulers behave for more than a thousand years, when they had the power to "spread the faith by the sword"?

Well, they just did not.

For many centuries, the Muslims ruled Greece. Did the Greeks become Muslims? Did anyone even try to Islamize them? On the contrary, Christian Greeks held the highest positions in the Ottoman administration. The Bulgarians, Serbs, Romanians, Hungarians and other European nations lived at one time or another under Ottoman rule and clung to their Christian faith. Nobody compelled them to become Muslims and all of them remained devoutly Christian.

True, the Albanians did convert to Islam, and so did the Bosniaks. But nobody argues that they did this under duress. They adopted Islam in order to become favorites of the government and enjoy the fruits.

In 1099, the Crusaders conquered Jerusalem and massacred its Muslim and Jewish inhabitants indiscriminately, in the name of the gentle Jesus. At that time, 400 years into the occupation of Palestine by the Muslims, Christians were still the majority in the country. Throughout this long period, no effort was made to impose Islam on them. Only after the expulsion of the Crusaders from the country, did the majority of the inhabitants start to adopt the Arabic language and the Muslim faith - and they were the forefathers of most of today's Palestinians.

THERE IS no evidence whatsoever of any attempt to impose Islam on the Jews. As is well known, under Muslim rule the Jews of Spain enjoyed a bloom the like of which the Jews did not enjoy anywhere else until almost our time. Poets like Yehuda Halevy wrote in Arabic, as did the great Maimonides. In Muslim Spain, Jews were ministers, poets, scientists. In Muslim Toledo, Christian, Jewish and Muslim scholars worked together and translated the ancient Greek philosophical and scientific texts. That was, indeed, the Golden Age. How would this have been possible, had the Prophet decreed the "spreading of the faith by the sword"?

What happened afterwards is even more telling. When the Catholics re-conquered Spain from the Muslims, they instituted a reign of religious terror. The Jews and the Muslims were presented with a cruel choice: to become Christians, to be massacred or to leave. And where did the hundreds of thousand of Jews, who refused to abandon their faith, escape? Almost all of them were received with open arms in the Muslim countries. The Sephardi ("Spanish") Jews settled all over the Muslim world, from Morocco in the west to Iraq in the east, from Bulgaria (then part of the Ottoman Empire) in the north to Sudan in the south. Nowhere were they persecuted. They knew nothing like the tortures of the Inquisition, the flames of the auto-da-fe, the pogroms, the terrible mass-expulsions that took place in almost all Christian countries, up to the Holocaust.

WHY? Because Islam expressly prohibited any persecution of the "peoples of the book". In Islamic society, a special place was reserved for Jews and Christians. They did not enjoy completely equal rights, but almost. They had to pay a special poll-tax, but were exempted from military service - a trade-off that was quite welcome to many Jews. It has been said that Muslim rulers frowned upon any attempt to convert Jews to Islam even by gentle persuasion - because it entailed the loss of taxes.

Every honest Jew who knows the history of his people cannot but feel a deep sense of gratitude to Islam, which has protected the Jews for fifty generations, while the Christian world persecuted the Jews and tried many times "by the sword" to get them to abandon their faith.

THE STORY about "spreading the faith by the sword" is an evil legend, one of the myths that grew up in Europe during the great wars against the Muslims - the reconquista of Spain by the Christians, the Crusades and the repulsion of the Turks, who almost conquered Vienna. I suspect that the German Pope, too, honestly believes in these fables. That means that the leader of the Catholic world, who is a Christian theologian in his own right, did not make the effort to study the history of other religions.

Why did he utter these words in public? And why now?

There is no escape from viewing them against the background of the new Crusade of Bush and his evangelist supporters, with his slogans of "Islamofascism" and the "Global War on Terrorism" - when "terrorism" has become a synonym for Muslims. For Bush's handlers, this is a cynical attempt to justify the domination of the world's oil resources. Not for the first time in history, a religious robe is spread to cover the nakedness of economic interests; not for the first time, a robbers' expedition becomes a Crusade.

The speech of the Pope blends into this effort. Who can foretell the dire consequences?

Wednesday, September 27, 2006

Diálogo acerca do tema Deus vs. Ciência


Este post é resultado de trocas de emails entre o Isaelson Ramos e o cientista Marcelo Gleiser (da série Poeira das Estrelas - Fantástico), eu (Rodrigo Serrao) e o Daniel Guedes. É interessante notar as opiniões de um Físico (Marcelo), um Administrador e Contabilista (Isaelson), um Advogado (Daniel), e um Teólogo (eu), acerca da Bíblia, Religião, Deus e Ciência.
Espero que apreciem a leitura.

Rodrigo Serrão

_____________________________

Caros amigos Rodrigo e Daniel,

estou acompanhando a série Poeira das Estrelas que está indo ao ar todo domingo no Fantástico (matérias podem ser vistas no site www.globo.com/fantastico).
É simplesmente sensacional do ponto de vista científico. Porém, eu sempre tive vontade de escrever alguma coisa que pudesse unir a ciência à Biblia, e na busca por esses dados eu resolví escrever ao autor da série, o físico brasileiro Marcelo Gleiser, PhD em Física, catedrático nos EUA, filho de pais judeus e criado na religião judaica, ele é experto no assunto religião X ciêencia, mas pelo que lí não crê na existência de Deus, pelo menos como a Bíblia o apresenta.
Esse e-mail que enviei a ele estou encaminhando abaixo para que vcs possam também lê-lo e se possível comentarem comigo suas próprias impressões sobre o assunto.
Um abraço e uma ótima semana para vocês.

Isaelson

------

Caro Dr. Marcelo Gleiser,

espero que este e-mail chegue as suas mãos.
Antes de tudo, parabéns pela inteligência e simplicidade.Nunca havia ouvido falar de você, mas quando comecei a acompanha-lo na Série Poeira das Estrelas fiquei fascinado pela forma simples com que aborda temas tão complexos. A partir daí, comecei a pesquisar na Internet sobre você. Lí entrevistas, artigos, biografia, etc, até que finalmente cheguei ao seu e-mail. Acabei de escuta-lo no chat da Globo.com no qual enviei várias perguntas que não lhe foram formuladas por falta de tempo.
Como vc, descendo de uma família tradicionalmente religiosa. Meus avós e meus pais são evangélicos, e quer queiramos ou não, somos influenciados pelo que aprendemos quando criança. Mas, mesmo assim, nunca deixei de me questionar sobre tudo que um dia aprendi e embora não tenha tido a mesma motivação que o levou a estudar a Física na busca por respostas, a partir desses questionamentos tenho me motivado e estudado um pouco à respeito da origem do universo, pois, acredito que descobrindo isso descobrirei a minha própria origem e o porquê de estar aqui agora.
Stephen Hawking foi o primeiro físico que conheci seus escritos e o admiro muito. Gostei também do livro do jornalista americano Corey Powell - A equação de Deus.
Marcelo, é impossível para mim não querer tentar unir ciência e religião. Com meu ínfimo saber, tenho conseguido junta-las em alguns questionamentos que gostaria de compartilhar com vc:

1. O tempo de existência da Terra: se fôssemos contar o tempo de existência da Terra a partir do Gênesis, teríamos 6.775 anos, quando a ciência prova que a Terra tem 4,6 bilhões de anos. Acontece que em momento algum a Biblia delimita o tempo de existência da Terra. Ela própria diz que "um dia para Deus é como mil anos e mil anos como um dia". Sabemos que a idéia de tempo é muito relativa no universo, e concebendo-se um ser eterno como Deus, tempo é uma questão relativa, não sendo portanto incoerente unir a Bíblia com a ciência (que prova que a Terra tem cerca de 4,6 bilhões de anos).

2. A criação: Para mim não foi em vão que o autor do Gênesis teve o cuidado de delimitar claramente a idéia de tempo quando dividiu os dias da criação, que por sinal, são curiosamente coerentes com o que prova a ciência: a "bolha inicial" ("e a Terra era sem forma e vazia"); a era glacial ("e o espírito de Deus pairava sobre a face das águas"); o Big bang ('haja luz"); um único continente ("haja porção seca"); a ordem de aparecimento dos seres vivos segundo a evolução (primeiro as plantas, depois os peixes, depois os répteis, depois as aves, depois os mamíferos e por fim o homem); o homo sapiens descende de um único casal (Adão e Eva); essas e outras tantas constatações permitem-me querer despropositadamente tentar unir a ciência à Bíblia.

3. A existência de Deus: a ciência conseguiu chegar até 14 bilhões de anos-luz atrás. Como você mesmo explicou, estamos dentro dessa "bolha" de 14 bilhões de anos-luz. Mas o que existe fora dela não conhecemos, embora admita-se possa ser inúmeras vezes maior que o que já conhecemos, ou seja, infinito. A simples idéia de infinito extrapola nossa capacidade de pensar, de forma que, o que seria capaz de originar algo infinito? O que seria capaz de originar a primeira molécula ou átomo fonte de energia que como uma semente que germina, fez surgir a "bolha" inicial de onde tudo mais surgiu? Por menor que seja, existiu um começo, uma origem. O big bang foi uma explosão, mas não se pode explodir o nada! Existia algo para explodir. E esse algo de onde surgiu? E a molécula inicial de onde surgiu? Por mais absurda que possa ser para a ciência, admitir a existência de Deus ao meu ver é a peça que falta para a ciência concluir o quebra-cabeça que nos revelará cientificamente a história da origem de tudo. Porque a ciência admite o que não se pode provar cientificamente (como o infinito por exemplo), mas não consegue admitir Deus? Porque dentro da própria comunidade científica existe tanta controvérsia quando o assunto é a existência de Deus? Um cientista certa vez disse que acreditar no Big Bang é o mesmo que acreditar que um furacão passando por um ferro velho, forme um Boeing 747 pronto para voar. Stephen Hawking crê na existência de Deus, e disse: "Até agora, a maioria dos cientistas tem estado ocupada demais com o desenvolvimento de novas teorias que descrevem o que o universo é e para perguntar por quê. Por outro lado, as pessoas cuja ocupação é perguntar por que - os filósofos - não têm conseguido acompanhar o avanço das teorias científicas" ele ainda acrescenta "Se realmente descobrirmos uma teoria completa, seus princípios gerais deverão ser, no devido tempo, compreensíveis para todos, e não apenas a uns poucos cientistas. Então, todos nós, filósofos, cientistas, e simples pessoas comuns, seremos capazes de participar da discussão de por que é que nós e o universo existimos. Se encontrarmos uma resposta para essa pergunta, seria o triunfo último da razão humana - porque, entao, conheceríamos a mente de Deus". Einstein embora rejeitando a idéia bíblica de Deus, com sua teoria do Lambda, ele deu a Deus um lugar na Física, quando fala que o Lambda é um elemento estranho, cuja influência invisível supostamente controla os movimentos celestes observados. A ciência pode até criar vários nomes (o éter, a energia negra, o Lamda, Deus), mas será impossível não admitir a existência de algo inexplicável que de alguma forma controla as leis do universo. A Bíblia diz que Deus colocou os astros em órbita dos seus passos, sugerindo assim uma ordem nos movimentos. O que realmente acontece.

3. A Bíblia: dados os descontos de um livro antigo, traduzido e re-traduzido centenas de vezes e que sofreu influências da sociedade em que foi escrito, a Bíblia é sem dúvida um livro no mínimo intrigante. Como tantas descobertas científicas recentes já eram apontadas na Bíblia? Porque ele é ainda um livro tão atual? O fim do universo, o desaparecimento da Terra, o apocalipse final, está tudo na Bíblia. "E o sol perderá seu brilho e se apagará, as estrelas cairão do firmamento, e as potencias do céu serão abaladas". Essas e tantas outras passagens que a ciência já comprovou que a Bíblia tinha razão.

Para finalizar caro Marcelo, eu gostaria de lhe dizer que quis aqui apenas expor parte do que acredito hoje, não significando que será o que acredito amanhã. Assim sendo, me honraria muito receber respostas e questionamentos seus a partir de tudo o que aqui expus diante do seu profundo conhecimento das leis da Física e das recentes descobertas científicas.
Um forte abraço e desde já agradeço a atenção dispensada.
Com profunda admiração, atenciosamente,

Isaelson Ramos
João Pessoa/PB
A resposta do Marcelo

O texto abaixo é a resposta do Físico Marcelo Geisler ao Isaelson.

Olhem a resposta:

--- You wrote:Por mais absurda que possa ser para a ciência, admitir a existência de Deus ao meu ver é a peça que falta para a ciência concluir o quebra-cabeça que nos revelará cientificamente a história da origem de tudo. Porque a ciência admite o que não se pode provar cientificamente (como o infinito por exemplo), mas não consegue admitir Deus? --- end of quote

---Caro Isaelson,a ciência nao pode admitir a existência de algo que nao pode ser provado materialmente; não é esse o objetivo da ciência. Pelo contrário, o que a ciência quer é construir uma explicação racional p/ explicar o cosmo onde vivemos sem uso de algo não demonstrável. O fato de a ciencia não ter todas as respostas nao é uma fraqueza dela mas absolutamente fundamental. Não há necessidade na ciencia de invocar Deus p/ preencher os buracos do que não sabemos. Por outro lado, a ciência não diz nada a respeito das escolhas espirituais feitas por individuos. Se você se sente bem trazendo Deus p/ o seu universo, ótimo. O importante é não usar esse Deus de tal forma que Ele venha a bloquear sua busca por respostas a questões ainda obscuras. Se o fizermos, deixaremos de criar novo conhecimento.Hawking é um ateu declarado. O uso da palavra Deus é metafórico como o foi com Einstein.
um abraço,
Marcelo Gleiser

A partir deste momento, eu entro com a minha opinião.

Oi Isaelson,

Eu entendo a sua posição e a do Marcelo. Na verdade, sempre que vejo pessoas lendo Genesis com “olhos científicos,” eu percebo que estas pessoas tentam conciliar o irreconciliável. Não porque são contraditórios, mas por uma simples questão de propósito.
O propósito da Bíblia não é científico, mas religioso. Ao escrever Genesis, seus autores (considerando a teoria JEPD, em detrimento do conceito da autoria de Moisés), tinham em mente relatar os eventos de Deus para o povo de Israel. Estes escritos em forma de narrativa tinham o objetivo de:
1) Escrever histórias que já existiam como tradição oral;
2) Fortalecer a fé daqueles que eram os primeiros leitores, e das futuras gerações.
Em momento algum, os autores pensavam em conciliar ciência com a existencia de Deus. E quando tentamos fazer aquilo que não era o que eles tinham em mente, apenas exercitamos a nossa imaginação.
Por outro lado, eu entendo o Marcelo quando ele diz que o fanatismo religioso leva a estagnação da ciencia. Sim, porque de fato, se o ser humano se acomodasse na idéia de que tudo o que não se pode entender em determinado contexto histórico fosse por causa de que Deus assim o quisesse, ainda estaríamos vivendo sob a luz de candeeiro.
Porém, na contra partida deste raciocínio, está a negação total de Deus. E pelo que li, é exatamente o posicionamento dele. Neste caso, vários dos mais diversos fatores contribuem.

Engraçado que eu tenho um amigo que estudou no Pio X comigo e entrou na UFPB em Física. Ele era daquelas pessoas tipo genio. Muito inteligente mesmo. Ele se formou e fez mestrado, depois mudou-se para São Paulo e fez doutorado na USP, depois pos-doc. Um certo dia ele vem visitar a sua familia e combinamos de nos encontrar para surfar. Eu maravilhado com o mar e o dia lindo que fazia, falava constantemente em Deus. Dizia que Deus havia criado tudo aquilo e que Deus o amava. Ele apenas mostrava uma certa ironia pelo que eu falava. Ao que eu cheguei para ele e perguntei, “Romulo, vc não concorda comigo que foi Deus que criou tudo isto?” Ele disse: “Como vou acreditar naquilo que a minha área de estudo nega constantemente? Eu não posso ir de encontro a mim mesmo!”

Com isso digo que muitos cientistas são tão crentes na não existencia de um Deus (pela circunstâncias ao redor deles), como eu sou na existencia de um criador (pela minha fé). Eles são em muitos casos, fabricados ou programados para descrer em um Ser ou uma Mente criadora.
Bom, isso é um pouco do que eu penso, mas não é tudo. Ainda tem a questão da fé e da própria auto-revelação de Deus nos corações dos homens. Mas isto tudo leva muito tempo para explicar. Estou sem muito tempo agora pois estou no trabalho. Espero que vc tenha entendido a minha posição, que é a da leitura bíblica livre das lentes da ciencia.

Abraços Isaelson,
Rodrigo Serrao

Abaixo segue a resposta do Isaelson à mim.

Oi Rodrigo,
muito obrigado pela sua explanação.

Concordo com vc, mas, é difícil para alguém que quer adquirir conhecimento se fechar para as descobertas da ciência, seria até ignorância, ou fanatismo como disse o Marcelo. Por outro lado, se for para confrontar, uma néga a outra em seus objetivos, pois, como vc mesmo disse, os objetivos são distintos: a religião tem como mola mestra a fé (que é acreditar em algo subjetivo, não palpável, intangível), ao passo que a ciência tem como mola mestra a prova concreta, científica, experimentada e confirmada por fatos reais e tangíveis.
Ora, se sem fé é impossível agradar a Deus, a partir do momento que o homem busca provar Deus através da ciência estaria O desagradando?
Como cristão, mas também como uma pessoa curiosa e estudiosa, acredito em ambas (ciência e Bíblia), dando os devidos "descontos" a cada uma delas.
Mesmo sabendo que os cientistas estão no papel deles, e que não seria ciência o que eles fazem se colocassem Deus como uma espécie de "tapa-buracos" em tudo o que não houvesse resposta, eu vejo que muita coisa se encaixa entre a ciência e a Bíblia. É inegável esta costatação em muitos episódios bíblicos quando confrontados com a ciência, de modo que, apesar de saber que são caminhos diferentes, com objetivos diferentes, para mim, pelo pouco que lí à respeitou, a ciência já "descobriu" Deus, mas não pode admitir, pois assim não seria ciência.
O Lambda de Einstein, o éter de Newton, a energia negra de Hawking, e tantas outras teorias... nada mais é que Deus, a "força mágica" que segura os astros mantendo-os em órbita uns dos outros de forma ordenada onde tinha tudo para ser o caos - o universo infinito.
A ciência quântica tenta mais jamais conseguirá provar em uma teoria matemática ou física essa força descomunal que governa o universo. E para nós cristãos, esta constatação da ciência tem que ser mostrada ao mundo, não com o ceticismo que os teólogos têm da ciência ou o medo de confronta-la, mas com a fé que temos que a Palavra de Deus é fiel e verdadeira, e a ciência por mais que busque jamais conseguirá invalida-la, e sim, ao contrário, reafirma-la a cada nova descoberta.
Então, a quem cabe mostrar isso ao mundo? Aos teólogos, que se apegam a Bíblia e esquecem a ciência por acharem-na totalmente desprovida da capacidade de levar o homem à descobir Deus? Aos cientistas que não se permitem admitir um ser criador, o que os levaria a se curvar ante suas limitações humanas? Claro que a nenhum destes.
Porém, um cristão com sólidos conhecimentos bíblicos e científicos pode sim unir as tantas descobertas científicas recentes ao que diz e prediz a Bíblia, num belo confronto de teorias que se complementam, de forma a provar que a Palavra de Deus tinha razão, levando assim universitários, professores, mestres e doutores a crerem na Bíblia e consequentemente em Deus. Seria uma estratégia de gerar fé através do conhecimento científico.
Posso estar errado... mas acho plenamente viável.
Quantos estão iludidos com a evolução quando ela nunca foi comprovada e o "elo perdido" nunca foi encontrado?
Quantos acham que a ciência explica tudo em relação ao surgimento do universo de forma natural sem nenhuma interferência externa, quando a verdade é que a ciência chegou até ao átomo inicial de tudo, mas não chegou ao criador do átomo. Voltou no tempo 14 bilhóes de anos-luz, mas quando chegou lá encontrou um ínfimo átomo e uma gigantesca explosão, mas o que causou esta explosão? Quem criou a matéria prima que explodiu? Esse momento mágico que durou apenas 5 minutos teria sido o momento do "Haja luz"? Ou a queda de Satanás?
Eu particularmente acho muito mais relevante discutir isso que simplesmente separar de forma peremptória a ciência e a Bíblia.
Um forte abraço, e vamos interagir sobre esse tema.
God bless You.

Isaelson

Neste momento, estamos quase entrando em acordo. Apenas um ponto eu acho que devo esclarecer.

Isa,
Concordo com quase tudo que vc escreveu. Porém existem um ponto que eu gostaria de abordar aqui.
Vc disse:
Porém, um cristão com sólidos conhecimentos bíblicos e científicos pode sim unir as tantas descobertas científicas recentes ao que diz e prediz a Bíblia, num belo confronto de teorias que se complementam, de forma a provar que a Palavra de Deus tinha razão, levando assim universitários, professores, mestres e doutores a crerem na Bíblia e consequentemente em Deus. Seria uma estratégia de gerar fé através do conhecimento científico.

Quando Deus criou o mundo, Ele já havia sacrificado o cordeiro (Jesus) e salvo os eleitos. O que faltava era colocar estes eventos na história. Ele também havia decidido que a forma como o Seu Filho iria morrer, seria vexátoria, horrível e humilhante. Ele também já havia decidido que a fé viria pelo ouvir a Palavra dEle, e que esta seria escrita durante milhares de anos por um povo separado para preparar o caminho do Seu Filho à terra. Ele também decidiu que isto seria revelado mais facilmente aos pequeneninos, e aos fracos para que os sábios ficassem confundidos. Ele decidiu isto! A loucura da ressurreição, o vexame da crucificação, a perseguição dos primeiros seguidores, já estava tudo planejado.
E tudo fica mais interessante quando sabemos que isso tudo não faz o menor sentido para uma sociedade secularizada ao qual vivemos. Uma sociedade que vive em busca de prazer e de satisfação pessoal, que está cada vez mais individualista, materialista e imoral. Para esses, o evangelho é loucura. E de fato o é, mas só é porque Deus assim o quis, e o fez.
Portanto, não podemos e não devemos cobrir esses fatos. Muito pelo contrário, o evangelho puro, nu e cru é poder de Deus. Deus assim o fez.
Agora, ser contemporâneo e contextualizar a mensagem, não tem problema algum. Todavia, devemos entender que sempre será Deus que convence o pecador do seu pecado, da justiça e do juízo vindouro. Por isso, devemos pregar o evangelho como ele é (loucura), sabendo que antes de Deus dizer haja luz, Ele provavelmente disse haja cruz.
Fique na paz

Rodrigo Serrao

Ao que Isaelson responde.

Esse tema é muito interessante.
E aí?
Vamos iniciar o livro?
Que tal um romance: "O dia em que a ciência encontrou Deus"
abç,

Isaelson

Por fim, Daniel emite sua opinião.

Rodrigo,
Olha o e-mail de Daniel:
......
Isaelson,
vc sabe bem o quanto admiro sua inteligência a respeito da conciliação Bíblia-Ciência. Ao longo do primeiro semestre do ano que passou, dediquei-me a examinar o estudo das eras, as provas do dilúvio no monte Ararate, a menção bíblica do livro de Jó à existência do Bee-Mote (tradução original da Bíblia - The New King James Version, em 1684), o primeiro nome do que a ciência diria ser o dinossauro, nos idos de 1870, enfim, como curioso a respeito do milagre da criação, exercitei a minha inteligência a fim de conciliar a ciência e o método científico com o relato bíblico sobre a criação e o desenrolar dos fatos que sustentam a existência de um Criador.
Nessa caminhada, acho que cheguei a uma conclusão: a Bíblia Sagrada funciona como um anteparo à ciência. Na verdade, nós cristãos devemos nos apegar ao que cremos sem perscrutas desenfreadas acerca do que o homem vem conseguindo provar cientificamente. É bem verdade que a busca dessa relação no sentido de instrumentalizar uma pregação a céticos, agnósticos e ateus confessos é salutar da parte de quem o faz. Contudo, como diz Rodrigo, o envangelho é loucura mesmo.
Aos cientistas são creditados o invento (ou o reinvento, concebendo Deus como Inventor absoluto de um ser a Si semelhante) de coisas e teses que facilitam a nossa vida... Ótimo! Quando a seara sobre a qual se debruçam oscila entre axioma e/ou fé, o contexto é bem diferente. Eu, como cristão de fé e de pouca prática que sou, enxergo pelos olhos da fé a volta de Cristo, o Dia do Juízo, a costela de Adão e a perfeição de Eva, o sacrifício da cruz do Calvário, a redenção do meu corpo podre e corrupto num corpo santo e glorificado...
Pra mim, a ciência jamais conseguirá dar as respostas às perguntas propostas pelos assemelhados ao Criador, até porque não nos foi dado conhecer a verdade no meio dos relativismos da vida em razão do pecado. "Um dia veremos face a face, mas hoje vemos como que diante de um espelho..." é assim que disse Paulo em I Cor. 13, não é verdade?!
De outro lado, a especulação e todas as fases do método científico precisam ser muito bem consideradas, estimuladas e avaliadas por nós cristãos, que não precisamos disso pra exercitar a nossa fé, até porque a fé é incompatível com o exame de dados concretos diante dos nossos olhos. Quero ser bem-aventurado porque não vi, mas cri...
Pois é, cidadão. Admiro-te muito por isso. Essa inquietação que você tem favorece e muito ao Cristianismo. Diálogo com cientistas e céticos evolucionistas devem ser travados sem medo e com a serenidade de quem tem a convicção de que a Palavra de Deus é de fato a Verdade e a Resposta a todas as indagações do ser humano.
Siga em frente e promova os embates que tens promovido...
Quero continuar recebendo suas mensagens!!!

AbraçoDaniel

Monday, September 11, 2006

Você® registre essa marca - por Isaelson Ramos

O texto abaixo foi escrito pelo meu amigo Isaelson.
Boa leitura aos que lerem.
Rodrigo
_____________________

Você®
registre essa marca

No mundo dos negócios é fundamental para a consolidação de uma marca o seu registro, o que a torna única e efetiva. Em nossa vida pessoal essa atitude não deve ser diferente, pois, nós, seres humanos, já nascemos com uma marca exclusiva impressa em nosso código genético, em nossa fisionomia e principalmente, em nossas atitudes. Porém, no mundo globalizado em que vivemos, tem se tornado cada dia mais difícil conseguirmos demonstrar nossas particularidades e imprimirmos na história da humanidade a marca que irá no futuro comprovar a nossa passagem por este mundo.
A homogeneização1 da sociedade humana é crescente e irremediável. Fruto de uma política sócio-cultural voltada para objetivos comuns a todos, onde as diferenças tendem a desaparecer. Os países mais desenvolvidos ditam costumes, culturas e modas levando os subdesenvolvidos a lentamente perderem sua identidade. Esse processo que tem ocorrido em todo o mundo, é iniciado dentro de cada indivíduo, levando-o a agir de acordo com a maioria, numa atitude medíocre que fada-o ao insucesso.
Nesse contexto devemos parar e refletir aonde tudo isso irá nos levar. Se somos tão diferentes, porque agimos tão igualmente, com planos e objetivos tão comuns?
Na história da humanidade, analisando a vida dos grandes personagens que influenciaram sociedades e escreveram seus nomes nos áureos registros da passagem humana por este planeta, percebemos o quanto eles agiram e foram diferentes dos seus contemporâneos. Alguns eram vistos como loucos, outros como sonhadores e alguns poucos como heróis, mas o fato é que todos eles imprimiram nos anais da história da raça humana a sua marca exclusiva, insubstituível e inigualável.
Registrar a nossa marca em tudo o que fazemos é o primeiro passo para vivermos acima da mediocridade. Esta é sem dúvida a principal característica dos vencedores, daqueles que fazem a diferença e com sua filosofia de vida influenciam vidas, quebram paradigmas e mudam toda uma sociedade que hoje está, mais do que nunca, necessitada de pessoas capazes de promover uma nova concepção do mundo e da forma de viver.
Ser o que acreditamos. Viver os nossos sonhos. Realizar nossos projetos. São atitudes simples como estas que se tornaram em grandes desafios nos dias de hoje, no nosso dia a dia. Como é difícil não se deixar abater por uma palavra de desânimo ou por uma opinião negativa. Como é difícil sonhar grande quando os exemplos que nos cercam são de insucesso. Como é difícil lutar quando a maioria já cedeu e perdeu a guerra. Como é difícil sermos nós mesmos quando precisamos usar máscaras para parecermos com a maioria. Como é difícil ser falso quando a nossa sinceridade afeta as pessoas.
Esse dilema vivemos todos os dias. Se queremos ser aceitos pela sociedade temos que nos parecer com a maioria, nos vestir como a maioria, comer como a maioria, viver como a maioria. Porém, o sucesso não pertence a maioria. O sucesso sempre pertenceu aos que andaram na contra-mão e ensinaram as pessoas uma nova direção de vida.
O grande poeta português Fernando Pessoa escreveu: “Para ser grande, sê inteiro. Nada teu exagera ou exclui. Põe o quanto és no mínimo que fazes. Assim, em cada lago, a lua inteira brilha, porque alta vive.”
Como você quer ser lembrado por seus filhos e netos? Como você gostaria de lembrar-se do que fez quando estiver velhinho descansando em sua cadeira de balanço? Será que você estará arrependido do que fez ou do que deixou de fazer? Saiba que quem tenta alguma coisa tem 50% de chances de acertar e 50% de errar, mas quem não tenta, já errou.
Certe vez perguntaram a Oportunidade: “Onde você está indo?” E ela respondeu: “Eu estou passando...” A vida é feita de oportunidades e em cada uma delas é nos dada a chance de imprimirmos nossa marca, gravarmos nossa história. Ignorar isso e agir de forma medíocre como a maioria, é rejeitar a oportunidade que nos é dada todos os dias de escrever uma nova história e mudar o curso das nossas vidas utilizando para isso a nossa inteligência, o nosso potencial criativo e as nossas habilidades e com isso podermos dizer aos que nos cercam: Eu não sou medíocre! A minha marca está registrada! Eu sei fazer a diferença.
Faça isso e amanhã alguém dirá de você: “Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez!”

Isaelson Ramos de Oliveira
Administrador de Empresas, Contabilista,
Especialista em Recursos Humanos, Filosofia e Políticas Educacionais
Mestrando de Economia com ênfase em
Comércio Exterior e Negócios Internacionais
Professor-tutor da Faculdade Internacional de Curitiba
isaelson@hotmail.com

1. No século passado, mais precisamente na década de 60, o canadense Marshall McLuhan publicou vários artigos em que previa o surgimento de uma “sociedade homogeneizada”, isto é, todo o mundo formando uma única aldeia com hábitos, culturas e costumes semelhantes, unidos através da comunicação altamente desenvolvida e pela tecnologia. Surgia assim o primeiro conceito de globalização, atual e coerente em nossos dias.

Friday, September 08, 2006

A dinâmica da minha percepção sobre a fé

Teve um tempo em minha vida em que eu vivi soterrado em uma vida pecaminosa, onde a percepção de Deus era totalmente apagada e o pouco que tinha estava embassada. Durante esta época, as minhas atitudes eram bem irresponsáveis e cheias de um sentimento de suposta liberdade. Apesar de viver na casa dos meus pais, eu raramente prestava contas a eles do que eu fazia. Um dos motivos era devido a capa moral que eu apresentava a eles, e que de certa forma era bem trabalhada. Em casa eu era o bom filho, o estudioso, o bom amigo, o responsável, etc. Porém, eu sabia que aquilo que eu mostrava como sendo “eu”, de fato não era exatamente o “eu” todo. Era apenas uma parte do meu “eu”, pois, a outra parte era algo apenas para os da rua, para meus amigos de algazarra.
Me converti ao Senhor Jesus Cristo aos 22 anos de idade. Para alguns, bastante cedo, para outros, bem tarde. Porém, para mim, no tempo certo. Creio que a minha experiência naquilo que os cristãos chamam de “mundo”, me foi muito boa em alguns sentidos, e má em outros. Boa, porque eu não tenho aquela curiosidade que muitos cristãos que nasceram em lares evangélicos e cresceram dentro da igreja tem. Alguns muito mais compromissados com as doutrinas da igreja, do que com os ensinos de Jesus e dos apóstolos, vivem fixados na idéia de ir para um barzinho, uma boate ou um motel. Sentem-se a pior das criaturas porque assim pensam e estão sempre com sentimentos de culpa apenas porque querem sentir um gostinho dos prazeres do “mundo.” Digo que são mais discípulos da igreja do que de Jesus, porque é na igreja que eles aprendem a “doutrina do não pode isto, não pode aquilo” e é lá também onde eles recebem os ensinamentos da barganha com Deus, que os leva a se sentirem muito culpados por não conseguirem ser aquilo eles acham que Deus espera deles, sempre em troca de alguma coisa.
Claro que o pecado que eu me referi no início deste meu texto não tem apenas a ver com saídas em finais de semana, e/ou bebedeiras irresponsáveis. Porém, a prática constante disto, como um estilo de vida e sobretudo, como sendo a única fonte de felicidade, também é um pecado, ao qual cometi.
Entretanto, esse meu tempo lá no “mundo” também me foi mau. Mau, porque eu hoje eu carrego em minha vida marcas profundas em meu ser. Lembranças de coisas que são abomináveis ao Senhor. O contato constante com o esse sistema mundano e suas diversas aplicações na vida do ser humano, somado às relações humanas corrompidas, (baseada em uma busca incessante de prazer em detrimento de qualquer consequencia), traz para aquele que o vive, cortes profundos na alma. E para aqueles que o larga, cicratizes vivas e pulsantes de um passado doentio.

Após minha conversão, entrei em um estado de amor pela igreja. Reparem bem que Jesus me salvou, e eu me apaixonei pela igreja. Claro que a razão para tal paixão não estava no prédio em si, mas porque eu sempre conectava aquele lugar com a presença de Deus. Para mim, ali era praticamente o único lugar onde Jesus falava com seu povo. Comecei a ler a Bíblia, a me envolver mais e mais com as atividades da igreja e em pouco tempo de conversão, eu já era o líder dos jovens. Como minha igreja era pequena, não haviam muitas pessoas com quem o pastor poderia contar para ajudá-lo nas atividades de culto. Eu fiquei bastante ativo, porém, comecei pouco-a-pouco a perder o fogo da paixão, pois, havia sobre mim uma pressão muito grande para manter as pessoas indo aos cultos e motivadas.
As coisas pioraram depois que o pastor resolveu sair da igreja e me deixar como o “líder” daquela pequena comunidade. Só Deus sabe como eu quis sair junto com o pastor, mas aquele senso de responsabilidade e zelo com a igreja me fez permanecer. Aquele tempo em que eu fiquei a frente dos trabalhos da igreja, onde eu tinha que abrir a igreja, tocar e cantar, pregar, recolher as ofertas, fazer uma oração final e depois fechar a igreja foram muito difíceis para mim. Primeiro porque eu tinha pouco tempo de conversão. Não havia um conhecimento maior da Bíblia, não havia muito carisma, não havia praticamente nada que eu pudesse me segurar para trazer algo melhor para os irmãos, apenas, a certeza no meu coração de que Deus de alguma forma agia através de mim. Segundo, porque as memórias dos meus tempos longe de Deus ainda estavam bem vívidas em mim, e por astúcia do inimigo, elas sempre voltavam mais e mais frequentemente.
O maior milagre que eu vejo em tudo isto foi eu não ter me desviado da presença de Deus, pois, culpa e vergonha eu tinha de sobra. Eu havia me tornado um díscipulo da igreja, e pior ainda, sozinho, sem alguem mais experiente para me ajudar. Teve um dia em que eu antes de iniciar o culto, me ajoelhei e chorei ao Senhor. Nesta oração, eu pedia que Ele não olhasse para minha vida, mas olhasse para aqueles que estavam lá para ouvir uma palavra de dEle e que por amor aos irmão, que Ele me usasse como instrumento mais uma vez.
Graças a Deus que depois de quase um mês praticamente sozinho na liderança da igreja, uma igreja maior resolveu adotar nosso trabalho e passou a enviar músicos para tocar nos domingos. Esta igreja ainda colocou um seminarista responsável para conduzir os cultos semanais.

Seis anos se passaram. Hoje eu tenho outra visão acerca das coisas de Deus, Sua igreja e Sua obra. Infelizmente olho a igreja hoje em dia com muito criticismo. Não por razão de alguma mágoa ou de algum sentimento ruim em relação a Deus. Mas por ver o sistema religioso como um fim em si mesmo. Por ver a hipocrisia da igreja e principalmente dos seus líderes. Por ver a corrupção do Evangelho de Jesus para obter beneficios pessoais, por ver o controle e a manipulação de pessoas simples por parte de lobos que se dizem pastores.
O movimento iniciado por Jesus no primeiro sécula desta era, se tornou um grande império, um sistema de doutrinas e dogmas congelados pelo tempo. O amor pregado por Jesus, deu lugar a um moralismo sem igual no Novo Testamento.
A institucionalização da igreja, ainda que necessária para a continuidade do movimento iniciado por Jesus, perdeu grande parte de sua essência. As convicções que os discípulos tinham enraizados em seus corações, esfriaram e deram lugar a sistemas de doutrinas, a dogmas pedrificados. O profeta se tornou o pastor do estabelecimento, o carísma se tornou um ofício, o chamado um emprego, e o amor uma rotina. A igreja se tornou mais e mais institucionalizada e cada vez menos preocupada com o mundo ao seu redor.

Porém, a despeito de tudo o que o sistema religioso marcou negativamente a minha alma, eu continuo amando a Jesus, Senhor meu e Deus meu. Eu de fato aprendi que Jesus não se faz presente apenas dentro dos prédios chamado igreja. Hoje, estou ciente da manifestação do amor de Deus por todos. Tive a experiência de ver que Deus está em toda parte, em todos os povos, e em todas as nações. Não porque existem igrejas em todos os lugares, mas porque Ele É independente do sistema religioso. Ele é soberano, Ele é livre, Ele é amor, Ele é Senhor, Ele é e sempre será, tanto, onde há igrejas em cada esquina, quanto, onde não há.

Sendo assim, descanso no Senhor e busco obedecê-Lo. Reconheço a sua graça e por ela vivo. Busco ser livre nEle e entendo que só Ele é o Senhor e nosso mediador com o Pai.

Que Deus nos abençoe,

Rodrigo Serrão

Wednesday, September 06, 2006

Sem nada a dizer

Resolvi escrever, mas não sei o quê! Estou querendo dizer algo, mas não tenho palavras nem idéias.
O que fazer?
Acho que devo continuar escrevendo até que eu seja iluminado, até que haja inspiração.
Porém, e se não houver?
Bom, aí a culpa não é minha, mas sim da minha mente que não mente e por não mentir não fará nada que não seja original.
Será que tudo isso é ruim? Ou será que é parte da vida? Será que é perda de tempo? Ou será que é apenas um passa-tempo?
O que é eu não sei, o que sei é que sem ter nada pra dizer, acabei dizendo algo. Porém, depende de cada um entender o que foi dito sem que tenha sido dito de fato.

Mistérios, mistérios…

Rodrigo Serrao

Tuesday, August 29, 2006

Missiological Autobiography

In this post, I try to answer three simple questions according to my point of view on Christian World Missions. Question number two though does not involve theology.
The questions are:
1. What is your definition of "missions"?
2. What cross-cultural experiences have you had?
3. What is the role of the church in missions?
_____________________
My personal definition of “Christian mission”: to live in this world conscious of the responsibility that Christians have been given by Jesus Himself wherever thy go in life. This will mean that they will share Jesus Christ, teaching and baptizing all those who voluntarily open their hearts to receive Him.
I also understand that the mission defined above should be a lifestyle. It should be the normal way of Christian behavior. It should be spontaneous and natural. It should be so intrinsically connected to Christians lives that they should never need strategies to achieve the goal of reaching the world for Christ.
Although a big part of the Christian mission is “doing” something, “being” something also plays a major role. We are to be salt and light of the world. Jesus is not as worried about numbers as he is about transformed lives. Before we reach the world for Christ, the hearts off Christians in the world have to be completely reached by Him. If anyone desires to put into practice all the teachings of Jesus, he/she will suffer persecution. Therefore, it is totally necessary to have a heart fully converted to God. This is the reason that being a real child of God is so important. Otherwise, he/she will not endure serving the Lord.
My cross-cultural mission experiences started when I went to seminary for the first time back in Brazil. The seminary I went to offered a Bachelor’s degree in Theology with a concentration in Missiology. Thus, we had to be involved in weekly dramatizations for chapel called CENAM (Centro de Atividades Missionárias – Center of Missionary Activities) and also in mission trips to several parts of Brazil. While I was there, I went to a Brazilian region called Sertão. This place is considered the “Brazilian 10-40 window” due to the spiritual condition of the people.
My coming to the US was/is also a cross-cultural experience to me. Since the end of 2003 I have been living in this country, having contact with people of several different cultures. It has been a blessing for me not only to live here, but also to study and to learn from the American culture. God used this country to give me the opportunity to go even further. I spent one month in Chile working with several churches and speaking for children, youth, and adults. I also went to Mexico to help the victims of the hurricane that hit the cities near the coast.
This summer, God gave me the opportunity to spend two months in East Asia. This trip has been the crown of all my cross-cultural experiences so far. The reason for that is due to the fact that it was my first time in the eastern part of the world. In East Asia, my team (eight people from all over Texas) worked with college students. During our time over there we could see the openness of the people to the Gospel message, specifically those in the country we were visiting.
In regard to the role of the church in missions, I understand that church is not only a building where we attend some meetings on Sunday mornings and Wednesday nights. Rather, it is the whole body of believers spread around the Earth. I totally understand the necessity of the institutionalization of Christian organizations such as denominations. However, that was not the plan of Jesus. Just as the meaning of His words in the New Testament were not the plan when He talked about church. The concept of church as we see it today (institution) came from Constantine during his time as Roman Emperor. With this clarification of my view of the church, I would say that its role in missions would be: a) Live fully devoted to God; b) Understand the mission of God for all his children (privileges and responsibilities); c) Be committed to support financially those called by God to live for the cause of the Gospel (either local or overseas); d) Be sensitive to the work of God in each generation (being part of it); e) Pray for the salvation of all the peoples of the world.

Rodrigo Serrao