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Saturday, December 25, 2010

Púlpito Cristão: A nova reforma protestante

Púlpito Cristão: A nova reforma protestante: "Por Ricardo Alexandre Matéria publicada na Revista Época Rani Rosique não é apóstolo, bispo, presbítero nem pastor. É apenas um cirurgiã..."

Monday, November 08, 2010

Buscando a Paz de Deus Através dos Nossos Relacionamentos





Série: O Mistério da Igreja
Sermão: Efésios 5:22 – 6:9
Pregador: Pr. Rodrigo Serrão
Pregado em 07/11/2010 na sede do CEDIN

Introdução:
QUEM NÃO DESEJA PAZ?
Estamos na reta final deste tão importante livro da Bíblia.  O livro de Efésios fala sobre a nova sociedade de Deus, ou seja, uma sociedade formada de pessoas redimidas no sangue de Jesus.  Paulo falou nos primeiros capítulos de como a igreja foi salva e agora ele está falando a respeito do modo de vida que esta igreja deve viver.  Como eu já disse aqui antes, a carta aos Efésios começa nas regiões celestiais, mas acaba dentro de nossas casas.  
Paulo tem alicerçado os seus argumentos até aqui em duas grandes bases, a unidade e pureza.  Vimos isso desde o início da carta.  Aqui não é diferente.  Paulo vai falar dos deveres domésticos tendo a unidade e a pureza em sua mente. 
Além disto, ele vem de um longo parágrafo acerca da vida em comunidade.  Ele diz que devemos falar uns com os outros com salmos, hinos e cânticos espirituais.  Diz também que devemos ser cheios do Espírito.  É a partir deste contexto que encontramos o nosso texto.  Para Paulo, não adianta vivermos em paz em comunidade se não vivermos em paz na família.  A verdade é que a paz família deve ser a base para a nossa paz em comunidade.
A pergunta que eu quero que você responda é: Eu tenho paz na minha família?  Ou, há paz em minha casa?
A resposta para esta pergunta é muito importante.  Pois, a partir da paz dentro de casa, podemos garantir que haja um processo de expansão desta paz para outras áreas de nossas vidas.  Ou o contrário, as vezes há paz em casa e não há paz fora, quando isto acontece olhamos para nosso lar como um porto seguro, como um lugar onde seremos abençoados, agraciados, onde o refrigério de Deus será manifesto através do lar, da família abençoada.  Deus muitas vezes usa um lar abençoado para ministrar refrigério e paz àqueles que estão atribulados e são perseguidos em seus trabalhos, etc. 
Por isso pergunto novamente: Você encontra paz em sua casa, em seu lar?   

O texto que acabamos de ler nos mostra as relações familiares e de trabalho que deve haver entre maridos e esposas, pais e filhos, chefes e subordinados.  Estas relações por serem bastante naturais fazem com que não pensemos no poder que elas têm de garantir a paz ou a guerra dentro dos nossos lares.  Não há como evitar estes relacionamentos, pois, os solteiros não escapam de terem pais.  E ainda aqueles que não têm cônjuges e não são pais ou não tem mais pais, não escapam de terem chefes ou patrões.  Ou seja, de uma forma ou de outra, você se coloca em alguma posição dentro destes três tipos de relacionamentos que Paulo menciona aqui. 
A ênfase de Paulo é no relacionamento saudável.  E relacionamento saudável é igual a paz para as nossas vidas.
Qual o ensinamento que o texto nos dá que trará paz para nossos relacionamentos?
Este é um sermão de um ponto e vários subpontos.
1)      Que cumpramos o nosso dever dentro do relacionamento
Ao falarmos sobre deveres estabelecidos por Deus aos homens e mulheres dentro do lar, aos pais e filhos e aos senhores e servos (trabalhadores e patrões) não podemos esquecer duas coisas: 
1)      Que existe uma sujeição mútua já estabelecida por Deus dentro da igreja do Senhor Jesus (Ef. 5:21);
2)      Que não há distinção entre homem e mulher, livre ou escravo, judeu ou gentio diante de Deus (Gl. 3:28)

Portanto, ainda que preguemos e ensinemos diferentes papéis ou deveres dentro dos nossos relacionamentos familiares, devemos ao mesmo tempo rejeitar qualquer tipo de ensino contrário à igualdade entre os sexos e as pessoas (independente de raça, credo religioso, etc).   Somos todos iguais diante de Deus.  Esta é a frase que deve estar em nossa mente durante todo o tempo que eu estiver falando aqui.
O que difere, contudo é o nosso papel diante de Deus para com a pessoa que nos relacionamos. 
Isto é tão verdadeiro que podemos dizer que uma pessoa é ao mesmo tempo, marido ou esposa, pai ou mãe, filho ou filha, e patrão ou empregado.  Ou seja, a mesma pessoa igual a todas as demais exerce vários papéis estabelecidos por Deus.
Estes papéis são adquiridos por nós à medida que vamos crescendo e estabelecendo relacionamentos com a sociedade em nossa volta. 

Para cada tipo de relacionamento, Deus estabeleceu um comportamento.  Eu não posso agir com minha esposa da forma como eu ajo com um filho, pois, o mandamento de amar como Cristo amou a igreja é para a relação marido/esposa e não ao pai/filho.  Nem posso querer que minha esposa aja comigo como o meu filho deve agir, pois ao filho a ordem é para obedecer à esposa para se submeter e estas duas coisas são diferentes. 

Portanto, eu devo ser o cabeça da minha casa, amar a minha esposa sacrificialmente, obedecer a meus pais, quando tiver filhos exigir obediência e não provocar-lhes a ira, devo também obedecer aos meus chefes e se um dia for chefe tratar os subordinados de forma justa, da maneira que quero ser tratado.  TUDO ISTO AO MESMO TEMPO.

Eu e você somos seres complexos e temos vários níveis de relacionamentos e para cada um de nossos relacionamentos devemos exercer os papéis ao qual Deus determinou.  Se eu e você agirmos assim teremos paz.

Tendo dito isto, quero olhar para o relacionamento entre marido e mulher de forma mais profunda e passar mais superficialmente pelos outros dois tipos de relacionamentos mencionados por Paulo.

Já que todos nós temos papéis diferentes dentro dos relacionamentos, quais são os papéis que devemos exercer dentro de um casamento?

Comecemos com as mulheres.  O texto diz, Ef. 5:22-24.
  1. Mulheres sujeitem-se cada uma a seu marido, como ao Senhor.
Se quisermos entender esta frase, é importante que nos abstenhamos de qualquer preconceito machista ou feminista.  Quando ouvimos acerca da sujeição da esposa ao seu marido, muitas pessoas acham que isto é antiquado e que já não devemos encorajar este tipo de comportamento nos lares.  Contudo, parece que muita ênfase foi dada a questão de submissão da esposa e se esqueceram de olhar para o papel masculino da relação.  Contudo, uma coisa está ligada a outra e ambas as coisas ligadas a Cristo. 

Perceba que todo o argumento de Paulo tem a ver com o nosso relacionamento com Jesus e de Jesus conosco (a igreja).  Ele não está pedindo nada que Ele mesmo não tenha feito.  E a grande razão da mulher ser submissa é porque a igreja é submissa. 

Tudo isto fica mais fácil de entender quando olhamos para o casamento e pensamos primeiramente no ato da criação quando Deus criou o homem e a mulher e depois no ato da redenção e o relacionamento de Cristo e Sua igreja. 

Deus no momento da criação primeiro criou o homem e por isso deu a ele o domínio da criação.  Contudo, viu Deus que não era bom para o homem viver só.  Ou seja, para completar o homem Deus cria a mulher do próprio homem.  A mulher então vem ao mundo em um processo seguinte ao do homem.  Portanto, primeiro Deus cria o homem do pó da terra, e depois cria a mulher da costela do homem.  Aqui podemos ver que existe uma leve superioridade inerente ao homem, pois foi dele que veio a mulher.  Para terminar com essa superioridade, Deus faz com que a partir do relacionamento sexual do homem e da mulher, toda a humanidade seja gerada dentro da mulher e saia dela, igualando a mulher ao homem.  Nisto temos a igualdade do homem e da mulher e a liderança do homem por ter sido feito primeiro. 

O segundo prisma pelo qual devemos entender a submissão da mulher ao homem é através do paralelo da redenção.  Entendemos que Cristo ao morrer e ressuscitar se tornou o cabeça da igreja e a igreja se tornou a noiva de Cristo.  Estas duas nomenclaturas (cabeça e noiva) demonstram o amor que há entre Cristo e aqueles que são salvos por Ele.  Não há como imaginar um Jesus salvador que não ame a igreja e uma igreja resgatada, lavada, pura e santa sem ser submissa a Jesus.  Por isso, Jesus como cabeça demonstra a sua liderança e a igreja como noiva demonstra a sua submissão. 

É por isso que a esposa deve ser submissa ao marido, pois o homem foi feito primeiro que ela tendo liderança sobre ela e assim como Cristo se tornou o cabeça da igreja, o homem se tornou o cabeça da mulher.   
Contudo, não se esqueçam, Paulo está estabelecendo o papel do marido e da esposa.  A mulher não precisa ser submissa a qualquer homem, mas somente ao seu marido. 

Todo o conceito de relacionamento entre marido e mulher tem aqui um paralelo entre Jesus e a Sua igreja.  Por isso que não temos problemas de pensar acerca da submissão da igreja a Jesus.  Por que Jesus é um excelente noivo.  Jesus é um excelente líder.  Jesus não explora, não maltrata, não abusa, não age em desamor.  Por Jesus ser perfeito, a submissão da igreja é alegre e natural.

Esse é o papel da mulher.   Ser submissa ao marido.

Agora vamos aos maridos onde eu estou incluso. 
  1. Maridos amem as suas esposas.  Como a Cristo. Leiamos Efésios 5:25-33.
Veja que o argumento de Paulo para os maridos é bem mais longo do que para as mulheres.  Ou seja, temos uma grande obrigação a cumprir como maridos. 
A palavra chave aqui para os maridos é Amor.  E não podia ser diferente, se no relacionamento matrimonial faz paralelo do relacionamento entre Jesus e a Igreja, se amor não estivesse presente algo estaria errado.  Portanto, se a mulher é comparada à Igreja e por isso precisa ser submissa, o homem é comparado a Jesus e por isso precisa amar.  E não apenas amar um amor comum, mas amar um amor sacrificial. 

Este amor ao qual Paulo manda que os maridos imitem parte da perfeição de Deus em Jesus e da obra feita por Jesus na igreja.  Perceba que o amor de Cristo pela igreja transformou-a ao ponto dela se tornar santa, pura, gloriosa, sem mancha, sem ruga, santa e inculpável. 

Perceba aqui que todo este processo de embelezamento da igreja não partiu dela mesma, mas partiu do amor sacrificial de Cristo por ela.  Claro que este processo só estará completo na glória, quando a igreja de fato será 100% santa e não viverá mais nesta terra, mas terá ido viver eternamente com seu noivo.  Contudo, a analogia é perfeita ao mostrar que quanto mais o marido ama a esposa e quanto mais a esposa se sente amada, mais perfeita se torna a relação e mais submissa se torna a esposa. 

Contudo, Paulo não termina por aí.  Depois de falar do amor perfeito que é o de Jesus pela igreja, ele desce um pouco para o amor-próprio que os homens devem ter por eles mesmos. 
O que Paulo está fazendo aqui é sendo realista com relação ao amor.  O amor de Jesus é de fato incompreensível.  A Bíblia diz que este amor excede a todo entendimento.  Paulo, no entanto, quer mostrar de forma prática o amor a que ele está se referindo.  Paulo não quer que nenhum marido depois venha com desculpas do tipo: “Eu não posso amar como Cristo amou, pois Ele é Deus e eu não sou.” “Ele é perfeito e eu não sou.”  Paulo então diz, “ame como você se ama”  Todos nós temos a noção do amor-próprio.  Eu me amo ao ponto de não querer sofrer.  Eu me amo ao ponto de não querer nada que me traga dor, choro, angustia.  Isto nos vem automaticamente.  É assim que Deus quer que você ame a sua esposa, sacrificialmente e de forma prática no dia-a-dia trazendo alegria e fazendo-a feliz. 

Paulo encerra esta parte dos papéis entre homem e mulher falando do mistério profundo disto tudo.  Ele já havia falado do mistério da unidade entre judeus e gentios, mostrando que em Cristo não havia mais diferença.  Agora, o mistério é com relação ao casamento que também simboliza a relação de união entre a igreja e Cristo.    
O que é mais sagrado do que isto? 
Entender que o nosso casamento é um símbolo da união de Cristo e a Sua igreja é algo que deve gerar reflexão acerca de como eu conduzo a minha vida conjugal.
O que é este amor que Paulo está falando?  Será que eu consigo olhar para minha mulher e dizer que eu morreria por ela? Ou olhar para ela e dizer que ela é uma extensão minha ao ponto de se ela sofrer eu também sofro?  É assim que somos mandados a amar as nossas esposas. 

A partir daí, amando desta forma, exercemos o nosso papel de maridos e a nossa liderança é nos dada e não precisamos impô-la.  A mulher exercerá seu papel de mulher e o homem seu papel de homem e ambos terão a paz que precisam para viver suas vidas.

Portanto, no momento em que um dos dois passa a exercer seu papel, é fundamental que o outro também o faça.  Se apenas uma das partes viver, encarnar seu papel, não haverá paz, mas quando os dois entendem e vivem, encarnam seus papéis, então a paz será parte da vida familiar.

Paulo continua falando dos papeis que devemos exercer dentro dos relacionamentos e o próximo é entre pais e filhos.
Aos filhos ele diz: Ef. 6:1-3.
  1. Filhos obedeçam a seus pais no Senhor
Aqui a instrução é clara. Querem ter paz com os pais?  Obedeçam-nos!
Um teólogo inglês chamado John Stott nos mostra aqui que Paulo dá dois motivos para a obediência dos filhos aos pais: a natureza e a lei.
a)      A natureza – Paulo diz, “filhos, obedecei a vossos pais... pois isto é justo.” Esta obediência está no âmbito do que a teologia chama de “justiça natural.” Em um bom português, significa que aquele que gera tem autoridade sobre aquele que é gerado. Isto é ou não justo?
b)      A lei – Paulo também diz, “Honra a teu pai e tua mãe – este é o primeiro mandamento com promessa – para que tudo te corra bem e que tenhas longa vida sobre a terra.” Aqui Paulo cita um dos dez mandamentos da lei de Moisés.  Quando honramos nossos pais, reconhecemos a autoridade dada por Deus a eles.

  1. Pais não irritem seus filhos. 
Os pais não escapam das instruções de Paulo.  Para que a paz seja completa entre pais e filhos, não adianta apenas os filhos obedecerem, é preciso que os pais não irritem seus filhos.  Nunca pensamos que um pai pode irritar um filho, mas isto acontece sempre.  Por exemplo:
  • Pais que ficam zombando de alguma característica engraçada do filho, pode ser um jeito, um gosto, etc.
  • Pais que ficam envergonhando os filhos em público.
  • Pais que cobram dos filhos, mas que não são exemplos naquilo que cobram.
  • Desrespeitando os filhos.

Como os pais podem evitar irritar seus filhos?
  • Criando em suas casas um ambiente onde haja graça, amor, respeito, suporte;
  • Sempre falando a verdade em amor;        
  • Atendendo as necessidades materiais e emocionais do filho;
  • Dando liberdade dentro dos limites impostos;
  • E nunca diminuindo, humilhando, machucando (tanto fisicamente como emocionalmente).

Por fim, aqueles que trabalham, trabalhem com toda a força e vigor, fazendo tudo como se estivesse fazendo ao Senhor.  Nunca pensem em seus empregos apenas com um mero trabalho, mas acima de tudo uma oportunidade para servir ao Senhor.  Sejam exemplos em seus empregos, glorifiquem a Deus com seus talentos e nos seus empregos.  Deus nos recompensará além do mais isto evita conflitos e conseqüentemente traz paz.
E aqueles que são os empregadores, Paulo manda ser justo.  Não adianta eu querer ser superior a ninguém, pois diante de Deus somos todos iguais.  Se tivermos isto sempre em nossas mentes não traremos prejuízos a ninguém e estaremos honrando a Deus que nos colocou em posição de empregador.  
 Oremos.

Sunday, October 10, 2010

Qual o seu dom?

Série: O Mistério da Igreja
Sermão: Efésios 4:7-16
Pregador: Pr. Rodrigo Serrão




Introdução
Você já viu alguém tentar exercer uma atividade e as pessoas dizerem “Você nasceu para isto” ou, “Acho que você está na área errada”. Se você me ver tentando jogar futebol, você vai entender o que estou falando. Eu não nasci para jogar bola. Eu posso até começar bem, mas não conseguirei enganar meu time por muito tempo. Eu não sei driblar, não gosto de cabecear, não sei fazer passes. Ou seja, sou o cara errado no lugar errado.
Agora, se você me der uma prancha de surf aí a história muda. Comecei a surfar quando eu tinha 13 anos e rapidamente tomei gosto e aprendi a me levantar. Aos 15 anos eu viajava pelas praias do litoral paraibano e do rio grande do norte pegando onda. Mesmo sabendo que eu não era o melhor, mas eu sabia que daquilo eu entendia. Eu sabia e ainda sei surfar. E além de saber, eu gosto de surf, tenho prazer neste esporte.
Saindo do esporte e entrando nas profissões. Existem profissões que você sabe que não nasceu para elas. Por exemplo, eu não nasci para ser músico, mas especificamente cantor. Não sei cantar, não sou afinado e não tenho técnica. Ou seja, se eu for cantar aqui, ficarei rapidamente roco e espantarei qualquer visitante que por ventura me ouça cantar. Contudo, se você quiser que eu dê uma aula, seja de inglês ou de teologia, eu posso não ser o melhor, mas com certeza, estarei bem mais a vontade e farei com gosto. Se você me chamar para pregar, eu posso não ser o melhor pregador, mas com certeza terei um prazer enorme em abrir a Palavra de Deus e começar a falar sobre ela.
Essa não é somente a minha experiência, mas a de todos vocês aqui. Cada um de nós recebeu dons e talentos de Deus para serem executados em nossa comunidade, ou seja, aqui no CEDIN, como também lá fora, para servir a sociedade em geral.
E é sobre isto que Paulo vai falar nesta passagem. A distribuição dos dons para o serviço cristão.


Elucidação Bíblica
Vimos até agora, Paulo escrevendo à igreja sobre o que Jesus havia feito por eles. Vimos a obra cósmica de Jesus e todo as bênçãos que nos estão disponíveis nas regiões celestiais. Contudo, a partir deste capítulo, Paulo vai entrar no resultado prático de toda obra de Cristo. O que Cristo fez na cruz e todo o plano divino tem resultados em nosso dia-a-dia. Por isso que podemos dizer que o livro de Efésios começa no céu, mas termina nos nossos lares, nos nossos relacionamentos, nos nossos negócios, e em todas as áreas de nossas vidas aqui na terra.
Qualquer um que se diz cristão, precisa mostrar em sua vida a mudança que a obra de Cristo executa na pessoa. Todo o cristão precisa viver “de maneira digna da vocação que recebeu” (v.1). Ninguém está isento.
Neste trecho que lemos, Paulo irá mostrar como esta mudança de vida está totalmente ligada ao trabalho de Jesus na distribuição dos dons para a igreja. Existem várias listas de dons espirituais na Bíblia. Por exemplo:


1 Cor 12:7-10: “A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de conhecimento; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer.”


1 Cor 12:28-30: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos mestres? são todos operadores de milagres? Todos têm dons de curar? falam todos em línguas? interpretam todos?”


Romanos 12:4-9: “Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma função, assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente uns dos outros. De modo que, tendo diferentes dons segundo a graça que nos foi dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria.”


1 Pedro 4:10-11: “servindo uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale como entregando oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força que Deus concede; para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, ma quem pertencem a glória e o domínio para todo o sempre. Amém.”


Cada lista mostra que os dons vêm de Jesus que distribui como quer, de forma variada, com vistas no aperfeiçoamento dos santos e o serviço cristão.
Aqui em Efésios não é diferente. Paulo vai também fazer uma lista de dons. Contudo, Paulo tem em mente um fator especifico com relação a esta lista. Ele listou dons específicos para aqueles que preparam os santos para a obra do ministério. Claro que todo dom tem que ser usado no corpo, mas estes que Paulo menciona aqui têm um propósito bastante claro, “preparar os santos para a obra do ministério.”
Neste contexto, o desejo de Paulo é mostrar ao povo 3 coisas acerca dos dons.
1. De onde procedem os dons
2. Quais são os dons que preparam os santos para o ministério
3. Quais os resultados práticos para a igreja quando estes dons são usados.
Paulo começa então mostrando a procedência dos dons. É de fundamental importância para uma igreja conhecer a fonte de onde vêm todas as bênçãos.


1. De onde procedem os dons (vs 7-10)
Paulo começa falando da graça que foi dada a cada um de nós. Mesmo não se referindo diretamente à palavra dom que em grego é charismata (dom), Paulo está se falando deles. Paulo diz que esta graça ou este dom foi dado a cada um de nós por Cristo. Ou seja, os dons procedem de Jesus.
E porque Jesus tem autoridade para distribuir os dons?
Porque Ele subiu em triunfo às alturas...
Paulo neste momento cita o Salmo 68:18. É interessante notar que este Salmo 68 era lido nas sinagogas sempre associado ao Pentecoste judaico. O Pentecoste na verdade comemorava a entrega da lei ao povo Judeu. Portanto, ao citar este Salmo, Paulo está fazendo um paralelo entre Moisés recebendo a lei e dando a Israel com Cristo recebendo o Espírito e dando à igreja.
Portanto o paralelismo aqui é entre receber e entregar. Moisés recebeu a lei e entregou ao povo, Jesus recebeu o Espírito e deu à igreja.
Depois de citar o Salmo, Paulo vai explicar que a razão dele ter subido foi porque antes ele havia descido. Aqui alguns podem achar um paralelo com 1 Pedro 3:19 que diz que Jesus após morrer pregou aos espíritos aprisionados.
Contudo, os reformadores entendiam que descer às profundezas da terra significava tão somente a encarnação de Cristo na terra. Jesus suportou grandes humilhações como homem e isto se agravou ainda mais pelo fato dele ter morrido uma das mortes mais humilhantes que havia naquela época – a morte de cruz.
Portanto, Jesus é o único que pode distribuir os dons, pois foi Ele que desceu e foi humilhado, foi morto e ressuscitado ao terceiro dia. Foi Ele que em triunfo foi elevado à presença do Deus Pai e de lá deu o Espírito à igreja para habitar dentro dela e os dons para capacitar e edificar seu povo.
A pergunta que fica para nós então é: Se Jesus distribui os dons para a Sua igreja, ou seja, para aqueles que o receberam e tem o Espírito, qual o seu dom?
Não há nenhum cristão que não possua um dom. Seu dom pode não estar nesta lista de Efésios. Pode não estar na lista de Romanos, pode até não está em nenhuma destas listas (pois os dons não se limitam ao escritos aqui), contudo, uma coisa é certa, o cristão possui pelo menos um dom vindo de Deus.
É importante entendermos que os dons são extremamente variados. Encontramos várias listas na Bíblia. Infelizmente, a igreja ao longo de sua história, deu mais ênfase a três dons apenas (línguas, profecias, e curas). Para mim, esta ênfase mostra mais um desejo de ser admirado do que de edificar a igreja de Jesus. Há inclusive denominações e doutrinas que pregam que se você não tiver o dom de línguas, você não é batizado no Espírito Santo. Ou seja, você é um cristão de segundo categoria.
Nós cremos que no momento da conversão, recebemos o Espírito Santo em Sua plenitude, ou seja, somos batizados com o Espírito. E recebemos também pelo menos um dom. Além disto, a Bíblia manda que busquemos outros dons, que busquemos os melhores dons. Eu aprendo que eu posso pedir a Deus por um dom específico. Se eu tenho a motivação correta, eu posso pedir a Deus o dom de línguas, posso pedir o dom de interpretação de línguas. Posso pedir a Deus outros mais importantes como a profecia e outras mais simples como o exercício de misericórdia.
Contudo, o nosso texto é bastante específico com relação aos dons. Paulo lista apenas 5 dons. Estes cinco dons, todavia, são os dons responsáveis pelo ensino do corpo, pela preparação dos santos para a obra do ministério.
E minha pergunta é:


2. Quais são os dons que preparam os santos para o ministério? (v.11)
Em apenas um versículo, Paulo lista os cinco dons de ensino da igreja.
Vamos ver rapidamente algumas características destes 5 dons:


a) Apóstolos:
Existem três significados diferentes para a palavra apóstolo na Bíblia. 1) enviado – Em João 13:16 lê-se, “O servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado (apostolos) maior do que aquele que o enviou.” Neste sentido, todo crente é um apostolo pois todo crente precisa ser servo e enviado. Mesmo que não seja enviado para outro país, região, povo, você é enviado para o seu círculo de relacionamento, seu bairro, seu emprego, etc. Todo crente é enviado como embaixador de Cristo. No contexto de Efésios, Paulo não está falando deste tipo de apóstolo, pois o texto é claro quando diz que Jesus designou apenas alguns como apóstolos. 2) Outro significado de apostolo vem daqueles que foram comumente chamados de “apóstolos das igrejas” Em 2 Coríntios 8:23 está escrito, “quanto a nossos irmãos, eles são representantes das igrejas e uma honra para Cristo.” A palavra representante aqui está traduzindo a palavra grega apóstolos. Estes eram um grupo de mensageiros enviados por alguma igreja. Normalmente, eles ajudavam a terceira categoria de apostolo que são os: 3) “apóstolos de Cristo” – estes sim, eram um grupo muito pequeno e distinto de cristãos, neste caso estão incluídos os 12 apóstolos (Matias que substituiu Judas), Paulo, Tiago e possivelmente um ou dois mais. É provavelmente este grupo ao qual Paulo está se referindo aqui.
Se aqui, Paulo se refere aos apóstolos de Cristo, então não existem mais apóstolos hoje. Eles são considerados os meios pelo qual Deus revelou a Sua vontade para a igreja. O mais próximo, contudo que temos hoje do trabalho que os apóstolos de Cristo realizaram talvez seja uma obra missionária pioneira, ou implantações de igrejas em áreas pouco alcançadas pelo evangelho.
Os autodenominados apóstolos de nossos dias, não são detentores deste dom que Paulo está falando. O simples fato de colocar este dom à frente dos demais dons já mostra que ele estava falando de uma categoria única e separada para fazer aquela obra inicial de propagação do evangelho. Na verdade, os apóstolos tinham que receber um dom especial pelo nível de sofrimento que eles passavam. Ser apóstolo era sofrer mais que todos; era padecer perseguições mais que todos. Todos os apóstolos morreram pela causa do evangelho com exceção de João que morreu aos 100 anos de idade no alto de sua velhice.
Os apóstolos de hoje tem contas bancarias recheadas de dinheiro. Possuem aviões, jóias, guarda-costas. Eles são um escândalo para o evangelho e não aqueles que preparam os santos para a obra do ministério.


b) Profetas
Assim como apóstolos, os profetas foram um grupo distinto de pessoas que receberam uma missão especifica de lançar os fundamentos para a edificação da igreja. A Bíblia fala de profetas no Novo Testamento e do dom de profecia, contudo, estes não são iguais aos profetas que falavam em nome de Deus com as palavras “Assim diz o Senhor”. Durante o período do AT, os profetas serviam para denunciar os desvios do povo, orientar o povo, mostrar o caminho do Senhor.
Os profetas do NT recebem de Deus a responsabilidade de encorajar, edificar e consolar a igreja. Em Atos 15:32 diz, “Judas e Silas, que eram profetas, encorajaram e fortaleceram os irmãos com muitas palavras.”
Portanto, deve-se fazer uma distinção de quem eram os profetas do AT e quem são os profetas da igreja.
Um terceiro dom mencionado nesta lista é o dom de:


c) Evangelista
Quando penso em evangelista, logo me vem à mente Billy Graham. Ou seja, alguém que viveu sua vida pregando a mensagem da salvação em Cristo por todas as nações. O evangelista é especialista em pregar mensagens que enfatizem a cruz e que mostrem ao ouvinte sua necessidade de salvação.
Precisamos de evangelistas hoje. Principalmente neste mundo tão secularizado, onde tudo é relativo. O evangelista pregará verdades absolutas tanto em massa quanto de pessoa para pessoa, mostrando que Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente.
Depois temos o dom de:


d) Pastores e Mestres
Ainda que alguns vejam Pastores e Mestres como sendo um mesmo dom. Eu acredito que são dons distintos. Pastores são responsáveis pelo cuidado e alimento das ovelhas. Neste sentido todo pastor deva ser também um mestre, ao passo que nem todo mestre precisa ser pastor.
Eu vi isto muito de perto quando vivi nos EUA. O seminário em que estudei era bastante claro de perceber os dois dons. Havia professores que eram mais pastores que mestres e outras que eram apenas mestres. Nada de errado com isso. Os professores pastores não eram melhores, mas como havia neles o dom pastoral, eles se importavam mais com a nossa vida de forma geral do que apenas intelectual. Ao ponto que os professores mestres eram um pouco mais racional neste sentido e priorizava aspectos técnicos em detrimento de outros mais subjetivos.
Às vezes em uma congregação existem outras pessoas alem do pastor com este dom. E Deus as usa para que haja o cuidado mútuo dentro da igreja.
O importante aqui para nós como igreja do Senhor é saber que mesmo que nem todos os dons estejam disponíveis para nós hoje (como o de apóstolo, por exemplo), os demais estão à nossa disposição.
Quanto mais diluído for o evangelho com a cultura, com interesses econômicos, com a apostasia dos últimos tempos, com a falta de amor mútuo, com interesses pessoais, MAIS vai existir a necessidade de se buscar os dons do ensino para a edificação e capacitação dos santos para o ministério.
Precisamos de uma geração de profetas, evangelistas, pastores e mestres que estejam comprometidos com o evangelho e com o Senhor do evangelho.
A igreja brasileira passa por uma crise sem igual. Somente a história irá mostrar o tamanho da irrelevância e estagnação da igreja em nosso país. Precisamos buscar os dons que podem mudar esta situação.
E porque devemos buscar estes dons hoje? Quais são os resultados do uso efetivo destes dons?


3. Quais os resultados práticos para a igreja quando estes dons são usados. (vs. 12-16)
Logo de cara o apóstolo nos dá 5 razões para implorar a Deus por estes dons.
a. Preparar os santos para a obra do ministério;
b. Para a edificação do corpo de Cristo;
c. Para alcançar a unidade da fé e do conhecimento de Cristo;
d. Para chegarmos à maturidade como cristãos; e
e. Para que não sejamos como crianças inconstantes e influenciadas.
Esta lista completa infelizmente não se vê muito hoje em dia. Paulo sabia da importância destes dons para que a igreja crescesse saudável e cumprisse a sua missão na terra.
Não há igreja genuinamente cristã sem que o serviço seja colocado em prática. Estes dons, contudo, leva cada um de nós ao serviço. Servir um ao outro, servir a comunidade, trabalhar com afinco a fim de ver uma igreja relevante no bairro ou na cidade em que vive.
Aparentemente os resultados destes dons servem apenas para o crescimento interno, ou seja, crentes mais maduros e igrejas mais fortes. Contudo, uma vez atingido este objetivo, a igreja terá muito mais condição e força para ir com mais eficiência e resultados.
A proposta de Paulo aqui é justamente uma igreja que começa servindo aqui dentro. Aprendendo que a nossa vida não é para nós mesmos mais para ser gasta em serviço ao próximo e a partir daí, levamos este ensinamento para a sociedade em geral. Assim como Jesus veio para servir e para dar Sua vida em favor de muitos, nós também devemos servir uns aos outros dentro e fora de nossa comunidade.
Jesus é o nosso maior modelo de serviço. Ele que poderia ordenar os anjos para servi-lo, não fez prerrogativa de sua divindade e apenas serviu. Se Jesus (o próprio Deus encarnado) veio para servir, quanto mais nós, seguidores dele.
Este serviço inclui do líder ao mais recente membro de nossa comunidade. Portanto, devemos ter em mente que a igreja não pode ser construída no modelo de pirâmide, pois não existe ninguém acima de ninguém. Outro modelo que devemos abolir é o modelo do ônibus, onde o motorista é o pastor e a congregação vai sendo levada para onde o pastor quer sem nenhum serviço real a fazer.
O modelo proposto por Paulo é o do corpo. É aqui onde encontramos um modelo coerente com a proposta do serviço cristão. Ou seja, Cristo é a cabeça e todos nós somos os membros. Não há mais hierarquia ou nível de importância. Somos todos iguais e necessários dentro do corpo.


1 Coríntios 12:12-27, “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito. Porque também o corpo não é um membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixará de ser do corpo. E se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixará de ser do corpo. Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, porém, há muitos membros, mas um só corpo. E o olho não pode dizer a mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; e os membros do corpo que reputamos serem menos honrados, a esses revestimos com muito mais honra; e os que em nós não são decorosos têm muito mais decoro, ao passo que os decorosos não têm necessidade disso. Mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela, para que não haja divisão no corpo, mas que os membros tenham igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros.”
A visão de Paulo para equipar e edificar a igreja vem de um serviço mútuo onde somos todos iguais e de igual importância.
E assim, cada um se utilizando do seu dom, do seu ministério, da sua porção dentro do corpo, o corpo cresce em tudo. Esse crescimento, contudo, não significa necessariamente numérico, mas sim, em aspectos dos mais diversos.
Crescimento em amor, crescimento em serviço, crescimento em relevância social, crescimento em obras, crescimento em fé, crescimento da comunhão, crescimento da unidade, crescimento em tudo NO SENHOR.
Você tem um ministério, um dom, que deve ser usado para edificação do corpo. Esse dom que Deus te deu não pode ser usado de modo EGOÍSTA, ou seja, para satisfazer seus desejos ou interesses, mas de forma ALTRUÍSTA, ou seja, para servir ao próximo.
Por fim, Paulo nos diz que o propósito é para não sermos como crianças. Jesus quer que tenhamos a inocência de uma criança, a pureza de uma criança, a humildade de uma criança, CONTUDO, sem a sua ignorâncianem sua instabilidade.
Veja que Paulo fala de ventos de doutrina, astúcia, esperteza de homens que induzem ao erro. Quantas igrejas estão repletas de lobos em pele de cordeiro? Quantas igrejas já corromperam tanto o evangelho que quando alguém sério quer pregar o evangelho de verdade este soa como algo estranho.
Infelizmente isto está acontecendo diante de nossos olhos. Estamos vendo o povo ser enganado. Estamos vendo líderes deturpando a mensagem para conseguir levar vantagens financeiras e outras coisas. Jesus disse que estas pessoas terão seu julgamento. Todavia é nossa responsabilidade equipar a igreja para que ela não caia nestas armadilhas. Antes ela siga a Cristo em amor e em serviço. Que ela busque crescer nEle e fazer a Sua vontade.
Novamente eu pergunto qual o seu dom? Quando você se omite de colocar em prática o seu dom, o corpo inteiro sofre.


Que Deus nos ajude!
Oremos.

Thursday, September 30, 2010

Tuesday, September 21, 2010

O Mistério da Unidade


Série: O Mistério da Igreja
Sermão: Efésios 3:1-13
Pregador: Pr. Rodrigo Serrão

Introdução:
O SER HUMANO É CURIOSO
O ser - humano é curioso por natureza.  Se não fosse, nós nunca teríamos ido às profundezas do oceano ou teríamos pisado na lua.  Se não fossemos curiosos, não teríamos inventado tantas coisas, das mais simples (uma lança para caçar, por exemplo) a uma máquina para manter o paciente vivo durante uma grande operação.  Quem assistiu ao filme “Mãos Talentosas” viu que o Dr. Ben Carson só pode terminar a operação de separação dos irmãos siameses quando uma máquina parou o coração das crianças e depois a mesma máquina tornou a fazer os corações baterem novamente.  Olhe ao seu redor e veja tudo o que o homem criou.  Só não se esqueçam de onde vem toda essa capacidade criativa do homem.

COISAS MISTERIOSAS AGUÇAM A NOSSA CURIOSIDADE
Por sermos curiosos, os mistérios da vida atraem muito a nossa atenção.  Programas de TV que exibem o oculto e o incompreensível têm grandes índices de audiência pelo simples fato deles mostrarem coisas que para os homens ainda não tem uma resposta definida.  Mistérios atraem a nossa atenção e muitas religiões se aproveitam desta nossa característica para ganhar adeptos. 
Ocultismo, espiritismo, entre outras religiões ganham muitos adeptos quando estas falam às pessoas que elas precisam desenvolver seus dons mediúnicos.  Com isso, elas armam uma arapuca e prendem aqueles mais desavisados, simplesmente por acentuar nesta pessoa sua curiosidade e sede do desconhecido.

A BÍBLIA TAMBÉM FALA DE MISTÉRIOS
A Bíblia também fala de mistérios.  Contudo, diferente de ser algo obscuro ou enigmático como é o sentido da palavra mistério nos dias de hoje, para os escritores bíblicos, a palavra mistério é como um segredo que ainda seria contado.  À medida que o tempo passava Deus ia revelando os mistérios acerca dEle e de Sua obra ao povo. 
Existem, contudo, mistérios que nunca serão revelados.  Estes estão na categoria de Deuteronômio 29:29 “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertecem...
Ou seja, existem coisas que nunca soubemos antes, não sabemos hoje, e nunca saberemos, pois só a Deus pertence.  
Outras coisas, porém, Deus nos revelou há muito tempo atrás na época dos profetas.   Por exemplo, a Abraão, Deus revelou que o Seu povo seria incontável, tão numeroso quanto às estrelas do céu e o pó da terra.  A Moisés, Deus revelou que chegaria um tempo que Ele enviaria para a terra o Messias. 
Contudo, existia um mistério que antes de ser totalmente revelado, Deus foi por toda a Bíblia, dando dicas acerca de seu acontecimento.  Eu estou falando do grande mistério da união de todos os povos em Cristo. 
A própria revelação de Deus a Abraão já era uma pista do que viria mais na frente com Jesus.
Ao profeta Isaías, Deus revelou que os gentios também eram dEle quando Ele diz “Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança.” (Is 19:25).
Em Gênesis 14, vemos um Rei que era servo do Deus altíssimo antes mesmo de existir povo Judeu, nação de Israel, ou qualquer coisa do tipo.  Ou seja, Deus já estava mostrando que Ele tinha os gentios em mente desde o início. 
Quando chegamos ao Novo Testamento, vemos este mistério sendo revelado aos apóstolos, em especial a Pedro e finalmente ao apóstolo Paulo.
No caso de Pedro a revelação veio através de uma visão. Em Atos 10:9-16, Deus mostra a Pedro um lençol que era baixado a terra pelas quatro pontas e neste lençol estava vários tipos de animais considerados impuros pelos Judeus.  Deus manda Pedro matar e comer os animais.  Ele, contudo como um bom Judeu não aceitou fazer isto.  Deus então falou, “Ao que Deus purificou não consideres comum.” 
Isto foi uma revelação dada a Pedro, lá na frente Pedro diz, “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.” (Atos 10:34-35)
A revelação de Deus deste mistério, contudo, se completa no ministério de Paulo.

PAULO CONTUDO É QUEM REVELA O MISTÉRIO ANTES ESCONDIDO
Quando chegamos ao capítulo 3 de Efésios, vemos a revelação de Deus a Paulo sendo levada a toda igreja. 
O capítulo 3 inicia com Paulo recebendo de Deus esta revelação.  Alguns comentaristas dizem que Paulo não iria falar sobre o mistério de Deus aqui, mas sim orar pelos Efésios.  Contudo, a oração só começa no versículo 14, pois do versículo 2 até o 12 Paulo abre um grande parêntesis, onde ele entrega a revelação que Deus o havia dado no cárcere doméstico em Roma.
Paulo está preso por causa da pregação do evangelho (sob a autoridade do imperador Nero).  Contudo ele se considera prisioneiro de Cristo e não de Roma.  Mostrando com isso que Deus tinha o controle de sua vida e não governo algum.  
E é neste momento que Paulo vai falar do mistério de Deus.  Vai falar do estabelecimento da comunicação divina para levar ao conhecimento da igreja o fato de que diante de Deus todos são iguais.  Diante de Deus já não havia mais Judeu ou Gentio, todos eram UM EM CRISTO. 
Isaías falou por cima, Jesus chegou a dizer a um gentio que não havia visto fé como a dele nem mesmo em Israel, Pedro teve a revelação do lençol com os animais que prefiguravam a entrada dos gentios de uma vez na igreja, contudo, é Paulo que diz que Judeus e Gentios eram um em Cristo. 
É importante entendermos esta unidade, pois é nela que está a base para o evangelho de Cristo.  A igreja diferente da antiga aliança não tem mais distinção entre outros povos como Israel tinha. 
Em outra ocasião Paulo diz, “Não existe judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gal. 3:28)
E o que isto implica verdadeiramente para a vida da igreja e para a nossa vida? 

1. Unidade é central à mensagem do Evangelho (v6)
A mensagem de Cristo é uma mensagem de unidade.  Em João 17 Jesus ora ao Pai dizendo, “Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um” 
Somos chamados para sermos um com o nosso irmão.  O corpo que não esteja em UM pedaço não pode estar vivo.  Você já viu um corpo onde a mão está separada do braço e as pernas divididas em três partes.  Você já viu os dedinhos do pé nas mãos porque os das mãos estão separados?
Um corpo onde os membros não estão unidos não é um corpo vivo e sim morto. Contudo, o corpo de Cristo é vivo e por isso precisa de unidade. 
Esta mensagem de unidade hoje com certeza não tem o mesmo impacto que teve na época da igreja primitiva.  Foi exatamente esta mensagem que levou Paulo à prisão. Ele andava por todos os lados dizendo que os Judeus e os Gentios eram um em Cristo e isto lhe custou sua liberdade.
Você sabe qual o impacto desta mensagem de unidade para os Judeus naquela época? O mesmo que dizer que todos os leprosos terminais teriam os mesmos direitos que vocês aqui.  Eles virão aqui e compartilharão tudo conosco.  Irão às nossas casas e serão nossos hóspedes.  Eles usarão nossos banheiros e nos abraçarão e estarão juntos conosco todo o tempo. 
Este impacto que alguns de vocês tiveram foi provavelmente o que os Judeus tiveram.  Nada contra os leprosos, apenas quero mostrar aqui a forma como os Judeus viam os Gentios.  Para os Judeus, os Gentios eram uma sub-raça, eram inferiores.  Eles viam os outros povos sempre como inferiores a eles. 
Os Judeus já sabiam que um dia Deus iria salvar os Gentios, agora, ser um com eles era outra coisa.  Para os Judeus a salvação dos Gentios não implicaria unidade, mas sim, controle e tolerância.  Ou seja, para os Judeus aqueles que se convertessem a Cristo seria tolerado na comunidade, contudo sempre debaixo da liderança deles. 
Porque Paulo repreende a Pedro no livro de Gálatas? Porque havia dentro da comunidade Cristã do primeiro século divisões profundas entre os Judeus e Gentios. 
Paulo em Gálatas 2 diz,  “Quando porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face-a-face (algumas versão dizem “confrontei-o”) porque se tornara repreensível.  Pois antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios; mas quando eles chegaram, se foi retirando e se apartava deles, temendo os que eram da circuncisão.”
Não é a toa que o livro de Gálatas foi escrito.  Para mostrar que os Judeus eram iguais aos Gentios e não superiores.  Os Judeus não poderiam impor costumes sobre os Gentios, os Cristãos judaizantes queriam que os Cristãos Gentios cumprissem rituais judáicos, queriam que fossem circuncidados, entre outras coisas.  Eles não aceitavam ser iguais, mas queriam ser superiores.  Contudo em Cristo já não existia mais Judeu ou Gentio, mas todos eram UM em Cristo. 
O mistério da unidade em Cristo é algo lindo e que precisa ser vivido pela igreja de forma mais ampla em nossos dias. 
Quando olhamos para os tempos de Paulo e a sua luta para mostrar aos Judeus e Gentios que agora eles eram um único povo em Cristo e olhamos para o nosso tempo hoje, vemos que ainda temos muito que mudar.
Sem unidade não podemos clamar que somos de Cristo.  A oração de Jesus a Deus em João 17 dizia justamente que ele orava pela unidade da igreja por causa da unidade da Trindade.  Assim como Deus Pai, Filho e Espírito Santo são um a igreja precisa ser UMA. 
Contudo, é importante dizer que UNIDADE NÃO É UNIFORMIDADE.  Você já viu os uniformes escolares?  O que eles têm em comum? São todos iguais.  E os uniformes dos militares em uma marcha?  Iguais em todos os sentidos.
Quando Paulo fala da UNIDADE da igreja, ele está falando que precisamos ser todos unidos em Cristo.  O contrário de UNIDADE é DESUNIÃO, já o contrário de UNIFORMIDADE é DIFERENÇA
Não tem problemas se somos diferentes. 
·         Não tem problema se eu gosto de Rock e você de Forró.   
·         Não tem problema se eu gosto de roupas leves e você ora para me ver aqui de paletó e gravata.
·         Não tem problema se eu sou Fluminense e você é Flamenguista
·         Não tem problema se eu sou Calvinista e você é Arminiano
·         Não tem problema se eu sou negro e você é branco
·         Não tem problema se eu sou pobre e você é rico

Contudo, o problema existe quando somos desunidos por conta das nossas diferenças.  Deus não quer um bando de robôs que vivem da mesma forma, e falam do mesmo jeito.  Se Ele quisesse isso Ele teria feito isto.  Deus quer, contudo, UNIDADE EM MEIO A DIVERSIDADE
Entenda uma coisa, a verdadeira fé em Cristo produz UNIDADE.  Não esqueça que a UNIDADE faz parte da mensagem do evangelho e está no coração do Cristo.
Se nós como igreja falharmos nisto, nos equiparamos aos Judeus que se sentiam melhores e superiores aos Gentios apenas porque eles haviam sido escolhidos primeiro. 
Nós, como igreja, não podemos cair neste mesmo erro e achar que está tudo certo.  A forma como tratamos e recebemos as pessoas mostra como percebemos a questão da unidade da igreja. 
Claro que existem questões doutrinárias que não devem ser ignoradas, contudo, parece que o nosso problema é mais de ordem sócio-econômica do que doutrinária, mas racial do que de falsos ensinos
Tudo o que a igreja vier a fazer precisa refletir unidade, quer no batismo, na Ceia do Senhor, quer nas músicas, quer na comunhão.
Infelizmente o que vemos são igrejas fragmentadas internamente por disputas individuais de poder e influência.  Vemos pessoas que lutam por controle e poder e usam disto para manipular e controlar os demais.  Não vemos o amor que deveria ser passado a todos e a unidade que Cristo e Paulo tanto lutaram acontecendo hoje.
Por isso é fundamental que a igreja de hoje olhe para a Bíblia e busque resgatar este fator essencial do evangelho, a UNIDADE.
E é por pregar esta unidade que Paulo está preso. 
Paulo diz que os gentios não somente são UM com os Judeus, mas também tem todos os direitos deles.
 Veja o que ele diz ainda no versículo 6: 
  • Os gentios são co-herdeiros – ou seja, terão direito à mesma herança;
  • Os gentios são membros do mesmo corpo – ou seja, fazem parte da igreja de Cristo; e
  • Os gentios são co-participantes da promessa de Cristo – ou seja, participam de cada promessa que Deus fez aos Judeus, ou seja, tudo que Deus falou acerca do povo Judeu, serve também aos Gentios.
Agora esta unidade não somente é central a mensagem do evangelho, como também:

2. A unidade só é possível através da pregação do evangelho (v.7-9)
Paulo agora entra na sua missão como pregador do evangelho da unidade.  Para Paulo não haveria como os Judeus e Gentios se tornarem um sem que o evangelho de Jesus fosse pregado.  A pregação de Paulo não era nada mais nada menos do que a pregação do evangelho das insondáveis riquezas de Cristo.  
Paulo era o pregador do mistério da unidade, o pregador das insondáveis riquezas de Cristo.  Porém, tudo isto para Paulo não vinha dele próprio, mas tinha procedência divina.
Perceba que a ênfase de Paulo é toda em Deus:
  • Eu fui constituído ministro.
  • O dom da graça de Deus a mim concedida.
  • A mim, o menor de todos os santos, me foi dada a graça de pregar   
A palavra ministro aqui no texto sagrado é diakonos de onde tiramos a palavra diaconia ou serviço.  Chamamos de diácono todo homem ou mulher chamado para servir a igreja.  E é esta palavra que Paulo usa.
Paulo está dizendo “eu sou um servo apenas. E como servo eu prego o evangelho que a mim foi confiado”.  Ser ministro é ser servo e ser servo é cumprir aquilo que Deus nos pede que façamos. 
Paulo enfatiza a sua pequenez para que Deus seja engrandecido em tudo o que ele estava fazendo.  Ele enfatiza a sua prisão, o seu sofrimento, a sua condição de menor de todos os santos para que tudo que acontecesse através do ministério dele seria apenas por graça e obra de Deus. 
Veja o que está acontecendo aqui.  Paulo esta dizendo que é o menor de todos os santos e foi justamente para ele que Deus entregou a revelação do mistério da unidade.  Paulo apenas se dispôs e pregou.  A mensagem sempre será maior que o mensageiro.  Você não pode esperar ser perfeito ou ser mais santo ou mais crente para pregar a mensagem de unidade em Jesus.
Não há unidade sem a pregação, e não há pregação sem pregadores, e não há pregadores perfeitos. 
Irmãos, a verdadeira unidade de classes, de raças, de povos, de nacionalidades, de castas, de tudo o mais que exista neste mundo só é possível em Cristo Jesus.  E as pessoas só conhecerão a Cristo e a unidade que só existe nele através da pregação do evangelho. 
O exemplo de Paulo é encorajador.  Ele admite sua pequenez, sua incapacidade, suas condições adversas, e usa tudo isto para pregar o evangelho e glorificar a Deus.  Isto não é motivo para se envergonhar, segundo Paulo, mas para mostrar que a mensagem está livre mesmo quando alguém está preso. 
O mundo está dividido.  E quanto mais o tempo passa mais dividido fica.  Somente a igreja tem a mensagem que pode unir o mundo.  Esta união não é utópica, mas real.  Ela não está centrada em uma ideologia, mas em uma pessoa, Jesus.  Cabe a nós levarmos ao máximo de pessoas possíveis.  A salvação é para todos e nós somos os porta-vozes desta salvação.  Não importa em que nível de relacionamento com Cristo você está.  Se você permitir, Cristo te usará grandemente para a glória do nome dEle e para a unidade da igreja.
Não somente lá fora você deve gritar e anunciar a unidade dos povos em Cristo.  Mas também na igreja doente em que vivemos.  Não aceite separação por nenhum fator, nem mesmo os mais polêmicos.  Promova a unidade, promova o amor, promova a paz.  Deixe que Deus julgará a cada um segundo suas obras.  Quanto a nós, somos agentes do amor e unidade que provém de Jesus Cristo. 
E por fim:

3. A unidade verdadeira reflete a sabedoria de Deus para o mundo espiritual (10-12)
Mais uma vez Paulo torna a falar de regiões ou lugares celestiais.  Desta vez, o mundo espiritual ou a habitação celeste é citado como espectadores da igreja.  É responsabilidade da igreja revelar para os anjos a multiforme sabedoria de Deus e com isso os anjos darão glória a Deus. 
Porque Deus quis que Paulo pregasse?  Para que através do mistério da unidade os anjos dessem glória a Deus.  Porque Deus quer que eu e você preguemos o evangelho da unidade? Para que os anjos dêem glória a Deus.
Tudo o que Deus faz tem o propósito de dar glória a Ele mesmo.  A razão de ser da igreja não é somente para salvar pessoas e levá-las a um conhecimento de Cristo.  Isto é conseqüência do trabalho de Deus em nossas vidas.  Isto nos beneficia eternamente.  Contudo a razão da igreja existir é para que os anjos vejam a sabedoria de Deus e glorifiquem a Ele nos céus, pois Ele é digno de glória eternamente, amém!
John Macarthur diz “Os anjos podem ver o poder de Deus na criação. Os anjos podem ver a ira de Deus no Monte Sinai. Os anjos podem ver o amor de Deus no Calvário, mas Deus diz que eles irão ver a Sua sabedoria na igreja.” 
É esse Deus que pega homens diversos, mulheres diversas, livres, escravos, ricos, pobres, brancos, negros e misturam todos e faz deles um só povo, uma só nação, uma nação santa, separada, unida, forte, que ama a Ele e ao próximo.  
É este mistério oculto antigamente que Deus revela a Paulo e que revela a cada geração da igreja.  E é esta igreja que unida demonstra a sabedoria de Deus para anjos e demônios. 
Não se enganem.  O mundo espiritual nos assiste.  E eles sabem quem é e quem não é a igreja do Senhor.  A igreja verdadeira reflete a sabedoria verdadeira do nosso Deus e tudo isto é revertido em glórias para Ele mesmo. 

Conclusão:
Paulo encerra como começou, falando sobre sua prisão e seus sofrimentos.  Contudo, ele exalta seus sofrimentos como sendo motivo de orgulho para aqueles cristãos.  Ele manda eles se orgulharem do que ele estava passando. Todo aquele sofrimento testificava da mensagem do Evangelho.  Se o Evangelho falava que o crente iria padecer sofrimentos, então, Paulo era a indicação viva da verdade do Evangelho.  Contudo, ao invés de se desesperar, amaldiçoar a Deus e viver em depressão, Paulo pensava na igreja, orava pela igreja, ensinava a igreja.  Ele estava preso, mas as revelações de Deus não paravam de vir até ele e dele passar para as igrejas através de cartas. 
E mesmo preso Paulo promovia a unidade da igreja. 
E nós? Será que também somos agentes de unidade? Será que nós somos unidos a nossos irmãos?  Será que escapamos da praga do individualismo ou será que também fomos engolidos por ela?
Que Deus nos ajude.
Oremos.