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Tuesday, September 06, 2005

O que Deus requer de nós?

Existem passagens na Bíblia, que a semelhança de uma pérola rara no interior de uma ostra, quando é encontrada, traz muita alegria a quem encontrou. Claro que a passagem sempre esteve lá, mas para mim, é como se ela houvesse sido postada nas Escrituras como resposta a minha oração.

A passagem se encontra em Miquéias 6.6-8, que diz:

Com que me apresentarei diante do Senhor, e me prostrarei perante o Deus excelso? Apresentar-me-ei diante dEle com holocausto, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, ou de miríades de ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto das minhas entranhas pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus?

O que eu mais amo desta passagem, é que ela se encontra no AT. No Testamento onde Deus trata de acordo com o comportamento de cada um, e com isto quero dizer sobre as bençãos e maldições preditas por Deus no livro de Deuterônomio.
Porém, o que muitos não sabem é que a graça de Deus permeia todo o AT. A graça de Deus não é novidade apenas do NT, mas faz parte da natureza de Deus e no processo da revelação de Deus, a graça vem desde os primórdios da Criação.

O contexto deste texto mostra Deus desapontado com Israel. Versículo 3 diz: "Meu povo, o que fiz contra você? Fui muito exigente? Responda-me."(NVI) Como um pai, Deus chama Israel para uma conversa franca e direta e mostra que a degradação espiritual e moral de Israel não foi por conta de dEle e sim dos próprios Israelitas (natureza caída). Deus passa a mostrar que já havia feito grandes coisas no meio de Israel, grandes livramentos, atos de justiça, atos de amor e que mesmo diante do grande pecado de Israel, o que Deus queria era que eles ao invés de agir impulsionados pela lei, agissem impulsionados pelo amor que eles deveriam ter por Deus.

As perguntas que Miquéias faz ao povo apenas confirma isto. O que ele está querendo dizer é que não seria os milhares de carneiros sacrificados, não seria o oferecimento do bem mais precioso de alguém (o autor neste caso chega até a exagerar falando sobre oferecer o próprio filho mais velho, que é o primogênito), que Deus queria como a paga do pecado deles. Mesmo na época da Lei, Deus já mostra que não é o cumprimento dela que iria trazer alegria ao coração dEle.
O que era bom, aquilo que agradava a Deus, não estava no cumprimento de regras, mas segundo Miquéias, estava em praticar a justiça, amar a fidelidade e andar humildemente com Deus. Para cumprir estes mandamentos de amor e graça, o homem precisava verdadeiramente amar a Deus. Não seria a obediência as regras, a Lei, mas seria um coração voltado e rendido totalmente ao Deus Todo Poderoso, ao Criador e Libertador do povo de Israel.

Deus continua o mesmo, ou seja, Ele continua querendo corações, Ele continua querendo escrever Sua Lei em nossos corações, Ele continua querendo que vivamos a nossa vida com um profundo reconhecimento do Seu grande amor por nós, sendo isto a motivação número um para o nosso amor por Ele.

Não há mais barganhas, não há trocas, e pelo visto, de acordo com Miquéias, nunca houve. O homem é que não ama a Deus o suficiente. Que isto nos ajude a saber que Deus não põe cargas em nossas costas, mas, as alivia. Que isto nos ajude a saber que o fardo de Deus é leve e o seu julgo é suave. Que isto nos ajude a saber que Deus quer o nosso amor por Ele e não as nossas obras de justiça que diante dEle é como trapo de imundície.

Deus nos mostra o que é bom e eu diria, o que é muito bom. Portanto, pratique a justiça, mas nunca a justiça própria, ame a fidelidade, ou seja, tenha seus relacionamentos com o próximo baseado na verdade e nunca na mentira ou aparência, e isto também se aplica a sua vida espiritual, fazendo isto você evitará vários problemas em sua existência e ande humildemente com o seu Deus, rejeitando a exaltalção humana, que muitas vezes transformam homens comuns e cheios de defeitos em semi-deuses.
Tão simples, mas, infelizmente para alguns, parece algo impraticável!

Que Deus nos abençoe

Rodrigo Serrão

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