A formação espiritual de cada ser humano, é composta por um mix de vários fatores determinantes. Começa bem cedo em sua relação familiar, e depois é estendido para fora, em suas mais variadas relações com o "mundo".
Quero aqui falar sobre a influência do lar, pais e irmãos, e tantos outros "de casa" que influenciam a nossa formação espiritual.
Antes de tudo, quero dizer que com Jesus não foi diferente. Ele passou por diversas situações familiares que iam dando contornos a Sua relação com Deus. Claro, que no caso de Jesus, não aconteceu uma influência que pudesse por em risco o propósito de Deus na Sua vida aqui na terra, uma vez que por ser o Cristo, Ele sabia discernir as influencias. Fazendo isto, Ele não permitia sair dos planos que Deus havia determinado, mesmo que propostas para tal viessem por todos os lados inclusive e tambem da Sua família.
As passagens bíblicas de Mateus 1.18-25; 2.13, 19-23, mostra do nascimento de Jesus, a fuga para o Egito, e o retorno para a cidade de Nazaré, como cumprimento da profecia. Aqui, a ênfase é nos pais de Jesus. Maria e José, ambos no cuidado do bebezinho salvador da humanidade.
Vemos um José apaixonado por sua esposa, atento as ordens do anjo do Senhor, e sensível ao seu próprio coração. Também uma Maria, que é submissa ao seu esposo e serva do Deus altíssimo.
Assim, nasce Jesus em um lar de dois servos de Deus.
Porém, Jesus cresce e a sua missão permanece acima da sua família, ainda que seus pais fossem fiéis Judeus. Por conta disso, Ele diz em Marcos 3.31-35 que a sua família eram todos os que faziam a vontade de Deus. Jesus tinha um senso maior do que família era. Suas palavras demonstravam o caráter da família eterna de Deus, ou seja, aqueles que fazem a vontade do Pai.
Em outras passagens, a conexão de Jesus com sua família, servia de bloqueio para que Ele executasse milagres, pois, para aqueles de sua cidade natal, Ela não passava do filho de José, o carpinteiro.
Todos nós temos a uma história familiar para contar. Todos somos influenciados de certa forma por nossos pais, e demais familiares.
Hoje, conversei rapidamente com uma moça do Nepal, ela era Hindu, provavelmente herança não somente da sua cultura, mas principalmente da sua família, da sua casa. Eu sou cristão, herança da minha família. Ainda que eu não tenha conhecido Jesus pessoalmente através da minha família, eu conheci "sua fama" por meio dela.
A família tem essa responsabilidade de formar um caráter religioso, seja a religião que for. Os Judeus ainda circuncidam os seus filhos ao oitavo dia, os Católicos batizam seus filhos e os põe para seguir um caminho que vai da primeira comunhão, à extrema unção. Os Evangélicos apresentam seus filhos a Deus e a igreja e depois ficam torcendo para que um dia eles venham a realmente se converter e se batizar. E isso não é privilegio apenas da cultura judaico cristã ocidental. Os Mulçumanos, os Hindus, os Budistas, e porque não, os cultos Africanos, Indígenas, Aborígines e etc, também têm os seus "rituais" para seus recém nascidos filhos.
Todos com certeza visando a salvação da alma do bebê, tanto para agora, como para o futuro dia de sua morte.
Portanto, todos nascemos e somos influenciados em algum tipo de religiosidade e espiritualidade, que é reflexo dos nossos pais, reflexo da nossa família.
Isso é muito forte na vida de qualquer ser humano. Eu diria que é fortíssimo. A influência familiar pode tanto colocar como tirar uma pessoa da sua religião.
Jesus sabendo disso diz, "Aquele que não negar pai, mãe por amor a Mim, não é digno de Mim".
Aqui entra o poder desconstrutor de paradigmas do Espírito Santo.
Ou amamos a Jesus acima daqueles que nos colocaram no mundo (seguindo o próprio exemplo de Jesus), ou nos sucumbiremos às tradições familiares e culturais dos nossos antepassados.
Quem nunca ouviu a frase do tipo, "Nasci deste jeito, minha família me criou assim e assim vou morrer!".
Que Deus nos ajude a amar mais a Ele que as nossas tradições, seja elas quais forem. Tradições pode ser um grande ídolo na vida de todos nós.
Amemos profundamente a nossos pais e toda a nossa tradição familiar, porém, amemos a Deus sobre todas estas coisas, este é o primeiro grande mandamento.
Rodrigo Serrão
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