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Monday, June 28, 2010

Mensagem (27/06/2010)




Série: A FÉ QUE AGE
Sermão: Tiago 3:13-18
Pregador: Pr. Rodrigo Serrão

A Verdadeira e a Falsa Sabedoria
Introdução:
Depois de lidar com os problemas devastadores da língua, Tiago nos apresenta o antídoto para este problema, a sabedoria.
Aqui, ele mostrará que existem 2 sabedorias: a do alto e a da terra (a verdadeira e a falsa sabedoria). 
Entretanto, Tiago começa mostrando que a sabedoria é algo prático.
1.     A sabedoria é prática
 Quem dentre os ouvintes e leitores de Tiago (os mesmos que ele aconselha acerca da língua), se consideram sábios e entendidos?  Esta pergunta pode ser retórica, mas o ponto de Tiago é mostrar que sabedoria e entendimento não são demonstrados por teorias ou por capacidade intelectual, mas sim, por práticas de obras sábias das decisões do dia-a-dia.  A sabedoria deve ser mostrada através de obras.  
Depois de falar do aspecto prático da sabedoria, Tiago nos apresenta a diferença entre os dois tipos de sabedoria.
Primeiro ele fala sobre a sabedoria da terra.
2.     A sabedoria da terra (14-16)
2.1 Evidências de uma falsa sabedoria (14)
A palavra que traduzimos por inveja é no original grego zelós de onde vem a palavra zelo.  Contudo, esse zelo aqui não é saudável, não é o zelo que eu tenho por minha esposa por exemplo, mas sim um zelo doentio, um zelo fanático que consome e absorve aquele ou aquilo a quem este zelo é direcionado. 
Em uma das escolas em que trabalho, existe duas garotas que não se separam em momento algum.  Elas estão sempre juntas tanto em classe quanto fora de classe.  A psicóloga da escola já percebeu um comportamento anormal nestas duas jovens.  Antes de ser alguma tendência homossexual, percebe-se que existe um zelo anormal uma pela outra.  Contudo, uma das garotas é mais dependente do que a outra.  Esta que é mais dependente talvez tente suprir suas carências na outra, aquilo que ela não possui naturalmente, e a outra sim, ela se aproxima e se projeta na outra.  Uma vez que isto acontece, ela já não mais aumenta seu círculo de amizade e qualquer pessoa que a outra menina quer se relacionar se torna alvo do desafeto e ciúmes desta. 
Tiago fala deste zelo e ainda usa o adjetivo amargo.  Isto traz um sentido mais profundo a este zelo (inveja), que pode ser interpretada como uma inveja arraigada ao ser por inteiro e que penetra todos os sentidos.  Ou seja, o coração humano é envenenado por uma inveja amarga e generalizada.  
Depois o autor fala do pecado de sentimento faccioso (ambição egoísta).  Mais ou menos o tipo de pecado encontrado em políticos e em pessoas que apenas visam seus interesses próprios.  O sentimento faccioso é aquele que não se importa com a unidade, mas apenas se importa com os interesses pessoais.  Aquele que possui um espírito faccioso normalmente quer ser melhor que os outros em tudo o que faz.  Não sabe ser humilde, não sabe ser simples, não sabe olhar para o interesse do próximo, mas apenas os dele.
Tiago diz que aquele que se comporta assim e se gaba dizendo que é sábio, está mentindo e não há verdade nele/nela.  Ele mente contra ele próprio e contra a verdade maior que é o evangelho de Cristo.
Agora imagine alguém dizendo que é Cristão, que é sábio, que tem o espírito de Cristo, mas não vive como tal.  Não controla a língua e não produz o fruto do espírito.  Apenas confessa algo que não vive.  Este não tem a sabedoria do alto, mas sim a sabedoria terrena.  Este mente contra a verdade e traz escárnio ao evangelho de Cristo. 
E aqui eu entro na questão do jeitinho brasileiro.  O que é o jeitinho brasileiro? O jeitinho brasileiro é tão somente a sabedoria da terra posta em prática apenas para beneficiar uma pessoa ou um pequeno grupo em detrimento de outras tantas.  Infelizmente, isto já virou sinônimo de cultura e é aceito como normal em nossa sociedade. 
Depois de mostrar as evidências da falsa sabedoria, Tiago agora nos mostra a origem de tal sabedoria.
2.2 A origem da falsa sabedoria (15)
Este versículo nos mostra de onde vem a inspiração para o jeitinho brasileiro e para todo tipo de sabedoria da terra.  Primeiro o autor deixa claro que não vem do céu.  Ou seja, não é divina.  Não há como uma sabedoria que resulta em espírito faccioso e em inveja vir de Deus.
Depois ele mostra de onde ela vem.  Vem da terra (mundana), é animal (natural), e por fim diabólica (do inferno).  
Sabedoria terrena (mundana) – tudo que a bíblia considera como mundano tem um aspecto de inferioridade em relação ao que é do alto ou celeste.  Pessoas de sabedoria terrena são pessoas muito ligadas às coisas desta terra.  Não no sentido de amar o mundo, mas no sentido de ser contaminado pelo mundo.  Suas motivações são sempre inferiores. 
E quanto a igreja? Também existem motivações erradas em nosso meio?
·        Talvez a sua motivação para o ministério seja o reconhecimento por parte de outras pessoas,
·        Talvez sua motivação para ajudar a outros seja uma barganha com Deus ou com homens,
·        Talvez sua motivação para pregar o evangelho seja dinheiro.
Qualquer motivação inferior para execução de algo para o Senhor pode-se dizer que isto é sabedoria terrena ou mundana.  A pessoa pode até pensar que está se saindo bem ou que está conciliando coisas do alto com interesses pessoais, mas a Bíblia chama isto de sabedoria mundana. 
E aqui eu me pergunto, onde é que estamos sendo diferentes das pessoas do mundo se até a sabedoria deles fazemos uso? E a resposta é depressiva, pois até de fato morrermos para esse mundo e vivermos para Cristo não haverá diferença.
Isto acontece no ambiente do coração, o que não é visto por ninguém mais além de você e Deus. 
Sabedoria animal (natural) – aqui a palavra no grego é psichikos.  Este adjetivo deriva da palavra que traduzimos como alma ou psique.  Está relacionada com a parte natural humana.  É a parte que nos iguala aos animais.  É o oposto de todo o lado espiritual humano.  Aqui estamos falando de carnalidade, humanidade crua. 
Não é a toa que o livro que mais usa esta palavra na Bíblia é 1 Coríntios (4 vezes) pois lida com crentes carnais. 
Esta palavra é traduzida por carnal, animal, sensual, natural, humana, egoísta em diversas versões de língua inglesa.
Ou seja, Tiago escolheu uma palavra que refletisse o ser humano em seu núcleo, a parte que apodrece do ser humano.  É uma palavra que denota a ausência total de qualquer coisa espiritual (boa ou ruim).  Ela é apenas relacionada ao homem e sua natureza pecaminosa. 
Sabe aqueles instintos totalmente animais que temos e que compartilhamos com outros animais.  Instintos de sobrevivência, sexual entre outros.  É disto que Tiago está falando aqui.  A sabedoria de baixo é totalmente natural e carnal.
E por fim:
Sabedoria demoníaca (do inferno) – a palavra usada aqui no grego é “daimonóides” uma variação da palavra “daimonion” ou demônio que significa demoníaco ou de origem demoníaca.  Tiago aqui entra no último nível da origem da inspiração da sabedoria da terra.  Aqui é o nível mais baixo.  Não basta esta sabedoria ser mundana, ser naturalmente humana, ela também é do diabo.  Ou seja, aqueles que dela se utilizam agem de acordo com o diabo, eles agem como o diabo agiria em qualquer que fosse a situação.  Ou seja, eles pactuam com o diabo e conseqüentemente se rebelam contra Deus. 
Uma tradução deste versículo mais acurada seria:
Deus não dá este tipo de sabedoria às pessoas.  Este tipo de sabedoria é a que as pessoas do mundo têm.  O Espírito de Deus não a dá.  Ao contrário, ela vem do próprio diabo.
Depois de mostrar as evidências e a procedência desta sabedoria, Tiago passa a falar sobre as conseqüências do uso desta sabedoria na vida das pessoas.
2.3 Conseqüências da falsa sabedoria (16)
Aqui Tiago mostra as conseqüências negativas que esta sabedoria causa.  A palavra grega para confusão é a mesma que foi usada no capítulo 1:8 para a pessoa de mente dividida e no capítulo 3:8 quando usada para a língua como algo incontrolável. 
Em 1Cor 14:33 Paulo, falando do mal uso dos dons espirituais aos coríntios diz, “porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz...” Esse contraste entre a confusão e paz é o mesmo que podemos fazer entre a sabedoria terrena e a sabedoria do alto.  A terrena causa confusão enquanto a do alto causa paz. 
Algumas versões traduzem esta palavra como caos, tumulto, ou desarmonia.  Ou seja, aqueles que fazem uso desta sabedoria, são causadores de problemas, pessoas que vivem arrumando confusão. 
Além de confusão, os que fazem uso da sabedoria da terra também são pessoas que praticam a maldade.  Pessoas que deliberadamente fazem o mal. Não necessariamente o mal do tipo matar, esquartejar e colocar os pedaços em uma maleta, mas toda espécie de mal ou crueldade. 
Neste contexto de Tiago o mal é com certeza fazer mau uso da língua, não cuidar dos mais necessitados, querer dizer que é sábio sem ser, etc. 
Em 2 Cor 5:10 Paulo diz, “Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal.”    
Por isso devemos ter muito cuidado, pois, as conseqüências do uso da sabedoria da terra serão julgadas por Deus no grande dia do juízo.  
É importante olharmos para estas duas conseqüências da sabedoria da terra e fazermos uma auto-análise. 
Se em nossa vida há muita confusão e se nos deleitamos na maldade ou somos considerados pessoas de práticas más, sem dúvida nenhuma temos inveja e queremos ser melhor que os outros e conseqüentemente fazemos uso da falsa sabedoria.
Tiago aqui encerra sua apresentação da sabedoria da terra ou falsa sabedoria e nos apresenta a contra partida desta sabedoria, ou seja, a sabedoria do alto ou verdadeira sabedoria.
3.     A sabedoria do alto (17-18)
3.1  Lista dos frutos da verdadeira sabedoria (17)
A partir deste momento, Tiago vai listar os frutos ou aquilo que deve ser demonstrado na vida daquele que se acha sábio, a partir da sabedoria do alto.  Aqui, estes sete adjetivos devem ser característicos não apenas de indivíduos que buscam a sabedoria do alto, mas também de comunidades que professam o nome de Jesus. 
Não adianta apenas vermos estas características em pessoas isoladas, se não vemos isso na comunidade em geral. 
Os sete adjetivos são:
Puro: a pureza aqui está relacionada com a pureza de Deus.  Deus é puro e sua natureza é pura, limpa e pureza agrada a Deus. 
Salmos 73:1, diz “Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os puros de coração.”
Mateus 5:8, diz: “Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.
1 João 3:2,3 diz: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é, o veremos. E todo o que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro.”

Portanto, quem despreza a pureza despreza a Deus.  Aquele que se diz cristão e não tem uma atitude de pureza para com a vida, com as pessoas, este tem lutado contra a natureza divina, pois Deus é puro.
Por isso a sabedoria do alto é pura, pois provém de um Deus puro.
Pacífica: Neste sentido, a sabedoria do alto é oposta a terrena porque produz paz enquanto a terrena produz confusão (vs16). 
Paz aqui não é ausência de guerra somente, mas Tiago faz um uso de paz, mas parecido com a palavra hebraica Shalom.  Para os judeus, shalom era algo que abrangia o ser por completo. Trazia total satisfação para o ser e era ao mesmo tempo uma forma de harmonia entre os homens. 
A sabedoria do alto é de paz, faz paz, trás satisfação e completude no homem que a tem. 
Amável: a idéia aqui é de gentileza, de suavidade, de benignidade.  A sabedoria do alto não é rude, nem áspera, mas gentil e benigna assim como Cristo é benigno e manso.
Compreensiva: sabe quando uma pessoa quer ouvir a outra e se deixa convencer sem a insistência de querer sempre ter a última palavra?  Assim é a sabedoria do alto, ela é compreensiva, conciliatória, amiga.  O seu interesse não é impor sua vontade, a sua mente é aberta e ela é sensível a situação das pessoas.
Você nunca vai ver um sábio verdadeiro querer vencer um argumento, pois ele tenta sempre compreender o outro lado ou até mesmo aceitar o argumento do outro para não entrar em conflito. 
Cheia de misericórdia e bons frutos: a verdadeira sabedoria provém de um Deus misericordioso e, portanto faz daquele que a possui uma pessoa cheia de misericórdia.  A palavra grega aqui também pode ser traduzida como compaixão.  Ou seja, a sabedoria verdadeira traz compaixão por aqueles que sofrem, aqueles que Tiago menciona no cap. 2:15 (se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia). 
Essa compaixão é forte o suficiente para movê-lo a ações práticas produzindo bons frutos. 
Aqui entra um aviso àqueles que não são e/ou não querem ser misericordiosos.  Tiago 2:12, 13 “Falem e ajam como quem vai ser julgado pela lei da liberdade; porque será exercido juízo sem misericórdia sobre quem não foi misericordioso.”  
Aquele que não for misericordioso para com o próximo irá ser julgado sem misericórdia.  Aqui entra a lei “na medida em que julgardes serás julgado”, ou seja, se não fores misericordiosos não recebereis misericórdia. 
Quando oramos a oração do Pai Nosso dizemos: “Pai, perdoa as nossas dívidas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido
Contudo, no versículo 14 e 15 do cap. 6 de Mateus diz: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.
Ou seja, haverá ocasiões em que Deus agirá conosco na mesma medida em que agimos contra nosso próximo.
Mas a verdadeira sabedoria é misericordiosa e produz boas ações, bons frutos.
Imparcial: aqui vemos que a verdadeira sabedoria não toma partido.  Ela está do lado da verdade.  A verdadeira sabedoria é justa.
Sincera: aqui a palavra grega traduz literalmente como sem hipocrisia.  A sabedoria do alto não é hipócrita, mas sincera, genuína.
Em suma: A verdadeira sabedoria é na verdade tentar andar como Jesus andou, amando a Deus, fazendo o bem, amando e servindo o próximo, e santificando-se.
E por fim, Tiago reafirma a importância da paz e do pacificador para a sabedoria verdadeira.
3.2 Bençãos para quem pratica a verdadeira sabedoria (18) 
Tiago mais uma vez retorna a questão da paz.  Para Tiago, o sábio é aquele que não somente evidencia pureza, é pacífico, amável, compreensível, cheio de misericórdia e bons frutos, imparcial e é sincero, mas também semeia em paz boas obras para colher justiça. 
A nossa vida é uma vida de plantar e colher.  Colhemos aquilo que plantamos e se não plantarmos as sementes certas, não colheremos os frutos certos.
Aquele que plantar obediência à sabedoria de Deus colherá justiça. 
Em Mateus 5:9 diz, “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.

Oremos.

Saturday, June 26, 2010

Sunday, June 13, 2010

Mensagem (13/06/2010)


Série: A FÉ QUE AGE
Sermão: Tiago 3:1-12
Pregador: Pr. Rodrigo Serrão

O Poder Devastador da Língua
Introdução

Até agora temos visto a ênfase de Tiago no aspecto prático da vida. Como a vida cristã deve ser vivida e como nosso modo de viver deve estar sincronizado com o nosso discurso. Este trecho que lemos não é diferente.
É interessante que a minha primeira reação ao ler esta passagem foi: “Tiago, não use sua experiência para fazer doutrina. Não é porque você teve uma língua indomável que todos têm.”
Mas depois, eu comecei a pensar melhor no que ele estava falando e comparar com as minhas próprias experiências (quantas vezes eu usei a língua para humilhar e zombar de pessoas), com o que eu via em outras pessoas no dia-a-dia (pessoas amaldiçoando umas as outras sem medir as conseqüências do que diziam), com o que eu lia na história da igreja (principalmente nas divisões das igrejas e na queda de grandes homens de Deus), e principalmente com o que a Bíblia diz sobre a língua em muitas passagens (por exemplo: Salmos 12:3-4 “Corte o Senhor todos os lábios lisonjeiros e a língua que fala soberbamente, os que dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; os nossos lábios a nós nos pertecem; quem sobre nós é senhor?”
ou Provérbios 10:31 “A boca do justo produz sabedoria; porém a língua perversa será desarraigada.”
o profeta Jeremias cap. 9:8 “uma flecha mortífera é a língua deles; fala engano; com a sua boca fala cada um de paz com o seu próximo, mas no coração arma-lhe ciladas). Somente para citar algumas passagens.

Daí eu percebi que o problema não era isolado, mas geral. Não era um problema de Tiago e das pessoas de seu tempo apenas, mas um problema da humanidade caída e depravada em seus próprios pecados.
O problema da língua é algo sério e deve ser visto e tratado como tal.
Pois:
Se a língua não for domada pode causar a destruição daquele que fala como também a destruição daquele que ouve.
A língua é algo perigoso se não for usado corretamente.
Tiago está aqui nos alertando para que não caiamos neste erro tão grave, porém, tão comum de achar que fazer uso indevido da língua não terá conseqüências em forma de juízo divino.
Jesus diz em Mateus 12:36 “Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo.”
Tiago já havia tocado neste assunto no capítulo 1:26 que diz “Se alguém diz ser religioso e afinal não é capaz de travar a sua língua, engana-se a si mesmo; a sua religião não vale nada.” Agora contudo, ele vai mais a fundo neste assunto.
Infelizmente, o homem usa mais a sua língua para destruir do que para construir. Na verdade, a tendência natural do homem é a destruição. A edificação não é um processo natural, mas requer um esforço quase sobrenatural de nossa parte.
Não é a toa que Paulo falando aos Efésios diz, “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem.” Ou seja, se você não vai edificar com palavras, então se cale!
E aos Colossenses, “mas agora despojai-vos também de tudo isto: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.”

Paulo conhecia bem de perto os poderes satânicos da língua, principalmente por ele ter sido alvo constante de caluniadores e difamadores do seu ministério.

Só quem já foi alvo dos malefícios que uma língua venenosa pode causar é que entende a importância no controle da língua para os relacionamentos interpessoais.

Cada um de nós tem dentro de nossas bocas o poder de edificar, levantar, construir, abençoar as pessoas. Ao mesmo tempo em que podemos destruir, insultar, difamar, amaldiçoar pessoas.
Provérbios 18:21, diz: “A morte e a vida estão no poder da língua...”

Qual das duas opções você tem escolhido?

Se você escolher a morte, Tiago vai mostrar que a língua pode não apenas matar o outro, mas também você. Ou seja, a língua destrói não somente quem é atingido por palavras torpes, mas também quem as profere.

E como o texto nos mostra esta verdade. De duas formas
1. Destruição de si mesmo através da auto-exaltação pela língua (vs 1-6)
2. Destruição de tudo mais através do descontrole da língua (vs 7-8)


O texto também vai mostrar o poder destrutivo da língua.
Você já viu um lança-chamas?
O lança-chamas é uma arma relativamente pequena para o potencial destrutivo que tem. Outra imagem que me vem a cabeça acerca do poder destruidor da língua é a da pirofagia. Alguém bebe um líquido inflamável e depois cospe no fogo, causando um efeito de um mini lança-chamas.

Agora a Bíblia é muito mais realista com relação ao poder da língua. Pegue essas duas imagens que eu acabei de falar e as descartem. A Bíblia vai dar a imagem verdadeira do poder da língua. Preparados?
Uma faísca. Como é que é? Isso mesmo pegue uma piola de cigarro e jogue em uma floresta seca, vá para casa e no outro dia ligue a TV no canal de notícia e aguarde o estrago.
O lança-chamas pressupõe alguém muito raivoso, a pirofagia pressupõe alguém muito irado, a piola de cigarro pressupõe inspiração do inferno.
E como o homem se mata através do uso indevido da língua?
Vejamos:

1. Destruição através da auto-exaltação pela língua (vs 1-6)
Tiago primeiro vai entrar no assunto dos mestres e da maior rigidez que estes vão receber em seus julgamentos. Não que Tiago esteja desencorajando o ofício de mestre, mas apenas mostrando que ser mestre não é para quem quer (apenas por status), mas para quem é chamado.
Efésios 4:11-12 diz: “E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;”

O dom de mestre está ligado à edificação do corpo de Cristo.
Os Judeus da época de Tiago tinham o Rabi ou Mestre como uma das figuras mais importantes da sociedade.
A igreja primitiva grandemente influenciada pelo judaísmo também via o oficio de mestre como muito importante.
Tudo isso fazia com que aqueles que não tinham o chamado para serem mestres buscassem esse caminho para serem mais valorizados na sociedade em geral.
Contudo, isso se tornou um problema, uma vez que falsos mestres se multiplicavam durante o primeiro século da igreja.
Não é a toa que pelo menos 3 das 7 igrejas citadas no livro de apocalipse são mencionadas por terem problemas nesta área de falso mestre e falso ensino. Pedro, João e Paulo também tiveram problemas com falsos mestres.

Tiago mostra que ser mestre antes de ser um privilégio, era uma grande responsabilidade. Aqueles que eram mestres e ele incluso iriam receber um julgamento mais rigoroso. Ao que mais é dado, mais é cobrado.
Estes falsos mestres ao fazer uso da língua indevidamente, ao invés de construir, edificar, levavam a comunidade para o caminho das heresias.
O apostolo Paulo escreveu praticamente uma carta inteira para corrigir os efeitos negativos dos falsos ensinos dos falsos mestres que foi a epístola aos Gálatas.

E o que tem a ver falsos mestres com freios em bocas de cavalo ou lemes de navios?
Aqui, Tiago está fazendo uma correlação entre coisas aparentemente pequenas, mas de grande poder sobre coisas maiores.
• Ou seja, um freio pequeno controla e dá direção a um grande cavalo
• Um leme pequeno controla e dá direção a um grande navio
• Um mestre ainda que sozinho, pode controlar e dar direção a um grande número de pessoas.
• E uma língua ainda que o menor de todos os órgãos pode direcionar o caminho do mestre.

O mestre que não é chamado para ser mestre receberá o mesmo julgamento dos mestres verdadeiros porque ele está se passando por quem não é. Ele está se gabando de uma coisa que ele não é.

• Você está se gabando de algo que você não é?
• A sua língua tem falado coisas que não são verdadeiras ao seu respeito?
• Você tem se auto-exaltado e com isso trazendo condenação sobre sua vida?
• Eu conheço um rapaz chamado Fábio, sobrenome mentirinha. Daí você já tira como ele se relaciona com as pessoas. Fábio mentirinha usa pouco de sua língua para atingir as pessoas. Contudo, Fábio não consegue ficar sem se gabar daquilo que ele não tem e daquilo que ele não é. Ele mente com relação a tudo. Sua língua é inflamada pelo inferno sim, contudo, ele apenas está amontoando juízo sobre a vida dele dizendo e querendo ser quem ele não é.
• Você tem sido um Fábio mentirinha?
• Em suas conversas com amigos, com colegas de trabalho, você tem falado, agido, sido um Fábio mentirinha?

Mas a língua não trás apenas condenação e destruição para quem fala.
Ela é mais mortal ainda quando usada contra o próximo.

2. Destruição de tudo mais através do descontrole da língua (vs 7-8)
Quantas vezes nos pegamos falando… ”Esse é um débil mental” ou “aquele é um condenado”… for a os palavrões usados quando estamos com raiva de alguém ou no trânsito.
Tanto na presença da pessoa quanto na ausência, matamos o próximo quando usamos palavras torpes contra ele ou ela.
Jesus em Mateus 5:21-22, “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.”

Raca é um termo aramaico de desprezo que significa “sem valor” ou “tolo”

• Quantas vezes, sem mesmo notar trazemos condenação sobre nossas vidas pelo que falamos para as pessoas.
• Quantas vezes esvaziamos as pessoas, tiramos suas dignidades, enfiamos uma faca em seus corações por aquilo que falamos e conseqüentemente trazemos juízo sobre nossas vidas.
• Quantas vezes insultamos o próprio Deus, quando insultamos o nosso próximo. Nos dias de Tiago o imperador fez uma estátua sua na cidade. Se alguém insultasse ou amaldiçoasse a estátua, estes eram tratados como se eles tivessem amaldiçoando o próprio imperador face-a-face, pois a estátua era a imagem do imperador. Portanto, o insulto a uma pessoa, feita à imagem de Deus, é como se estivéssemos insultando o próprio Deus.

Infelizmente, não nos damos conta de como facilmente somos usados pelo inferno. Contudo, nada escapa aos olhos de Jesus.
Deus usando Paulo disse que é melhor ficar calado do que abrir a boca para maldizer alguém, pois assim, não destruímos o nosso próximo e nem trazemos condenação sobre nossas vidas.

Então se lembre que a língua tem tanto o poder de destruir aquele que fala quanto aquele a quem falamos.

O texto ainda nos mostra uma terceira característica da língua. A língua ainda que uma peçonha mortal, ela pode ter momentos de submissão a Deus.

Todos nós temos momentos de alegria e tristeza, de saúde e de doença, de altos e baixos. A língua também tem esses momentos de mudança completa de suas características. A língua também (ainda que por breves momentos) adora a Deus.

Contudo, o problema aqui é apenas o reflexo do homem de mente dividida e instável do capítulo 1. Tiago diz que o homem não pode ser assim. Não podemos achar que Deus recebe adoração verdadeira de uma língua mentirosa. Como eu já disse, quando insultamos ao próximo, é a Deus a quem insultamos.

Tiago termina esta parte de sua carta fazendo duas ilustrações. A primeira da fonte que jorra água doce e água amarga. Assim é aquele que profere bênçãos a Deus e maldições aos homens.
A segunda ilustração vai mostrar que isto é impossível, assim como é impossível uma figueira produzir uvas e uma videira figos. Ou um jambeiro produzir laranja e uma laranjeira produzir jambo.
Ou seja, assim como a natureza das plantas não pode ser mudadas, também a natureza regenerada não pode agir como se não fosse regenerada.

Tiago diz, “Meus irmãos, não pode ser assim!”
Isto quer dizer que há esperança para cada um de nós. Se a nossa língua tem servido para nos vangloriar ou se tem servido para destruir o próximo, Tiago diz, “meus irmãos, não pode ser assim!”

Aqui quero finalizar com alguns conselhos práticos para que não deixemos nossa língua controlar nossas vidas e que possamos ser uma fonte de benção para nosso próximo.

1. Peça a Deus para te ajudar – Ele disse que sem Ele nada podemos fazer, e que com Ele todas as coisas são possíveis.
2. Leia o livro de Provérbios e Tiago – Provérbios têm 31 capítulos o que dá um ao dia. Muita coisa em Provérbios é relacionada à língua. Leia Provérbios e Tiago juntos, vai ser uma overdose de sabedoria pratica importantíssimo para a nossa transformação.
3. Pense primeiro – nunca reaja antes de pensar bem o que vai falar. Se pensarmos um mínimo de 10 segundos antes de abrirmos a boca, muita coisa que não queremos dizer não vamos dizer mesmo. Se após um tempo percebermos que o que vamos dizer não vai edificar, é melhor nos calarmos.
4. Fale menos – a probabilidade de errarmos vai diminuir consideravelmente. Abraão Lincoln dizia, “É melhor ficar calado e deixar que as pessoas pensem que você é um tolo, do que abrir a boca e confirmar dúvida deles”
5. Edifique as pessoas – a Bíblia nos manda encorajar uns aos outros. Devemos ser agentes de paz, amor, edificação mútua. Faça um pacto com você mesmo de todos os dias levar palavras positivas para as pessoas. Comece dentro de casa.

Vamos terminar todos lendo Salmos 19:14 – “Que as palavras de minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a ti, SENHOR, minha Rocha e meu Resgatador.”

K'Naan e Skank - Copa do Mundo 2010


Se o Brasil não for campeão eu deleto este post. Espero manter este post até o fim.
Rodrigo

Friday, June 11, 2010

Nívea Soares chora ao falar sobre idolatria gospel


Amém para as palavras de Nívea Soares. Quem dera todos os cantores gospel tivessem esta mesma mentalidade de que eles são apenas instrumentos nas mãos de Jesus e não estrelas. Há apenas UMA estrela e ELE não compartilha SUA glória com ninguém.
Rodrigo

Tuesday, June 08, 2010

Mensagem do Piper

John Piper Test from Editora Fiel on Vimeo.


Linda mensagem pregada por John Piper.

Tuesday, June 01, 2010

Vídeo apresentado na conferência Q em Chicago

Rio de Paz from Jay Bauman on Vimeo.


Vídeo apresentado na conferência Q em Chicago este ano mostrando a violência no Rio de Janeiro e o trabalho excepcional da ONG Rio de Paz.